Em novo documento, SBP frisa importância do diagnóstico precoce e do seguimento para lesões renais no prematuro

Em alusão ao Dia Mundial do Rim, celebrado em 10 de março, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) acaba de publicar o documento científico “Rim do prematuro: fatores de risco para lesão renal aguda, desafios para o diagnóstico precoce e importância do seguimento”. O artigo tem como objetivo abordar as principais questões sobre o tema, considerando que conhecer as peculiaridades do desenvolvimento renal e os fatores nocivos que podem ser prevenidos torna-se um fator importante na diminuição da morbimortalidade do prematuro.

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Elaborado pelo Departamento Científico de Nefrologia da SBP, o material destaca que as transformações do rim do prematuro na vida extrauterina constituem um desafio para os nefrologistas pediátricos. Já que esses profissionais, na maioria das vezes, são solicitados quando o recém-nascido (RN) já se encontra em anúria ou necessitando de diálise peritoneal, o que piora o prognóstico e aumenta a mortalidade.

Segundo o documento, o desenvolvimento do rim é influenciado por fatores genéticos e epigenéticos, condições maternas (estado nutricional, estatura, ambiente intrauterino e duração da gestação), intercorrências neonatais e nutrição pós-natal. E, especificamente, o rim do prematuro encontra-se em formação e dependendo da idade gestacional ao nascimento pode estar muito imaturo.

O texto enfatiza, ainda, a importância da pesquisa sobre os fatores de risco para comprometimento renal, através da anamnese, para investigar a história materna e gestacional e os dados perinatais e neonatais; e de exame físico completo, para avaliar possíveis malformações.

SINTOMAS – No documento, os especialistas explicam que os sintomas e sinais sugestivos de lesão renal aguda (LRA) no recém-nascido pré-termo (RNPT) e no RN a termo, inicialmente, não são evidentes. A oligúria, embora seja uma boa pista para a possibilidade de LRA, pode ser um sinal tardio e, em muitos casos a LRA pode ser poliúrica ou se apresentar com diurese normal. É necessário, então, de acordo com o texto, alto grau de suspeita para antecipar as alterações e controlar o seu desenvolvimento com exames periódicos.

Além disso, o texto destaca a importância do seguimento pós-alta, no qual todo prematuro e recém-nascido de baixo peso (RNBP) deve ter sua função renal monitorada, e traz algumas recomendações importantes nesse sentido. Segundo o documento, entretanto, é importante ressaltar que nem todos os históricos dos pacientes são completos devido à omissão de dados, indefinição do diagnóstico de LRA, não dosagem seriada da creatinina, dentre outras questões.

O Departamento Científico de Nefrologia da SBP é composto pelos especialistas: dra. Nilzete Liberato Bresolin; dra. Érika Costa Moura; dra. Anelise Uhlmann; dr. Arnauld Kaufman; dra. Clotilde Druck Garcia; dra. Emília Maria Dantas Soeiro; dra. Kathia Liliane da Cunha Ribeiro Zuntini; dra. Lucimary de Castro Sylvestre; dra. Maria Cristina de Andrade; e dr. Paulo Cesar Koch Nogueira. O documento contou, ainda, com a colaboração da dra. Denise Carriconde Marques.