Para dar mais visibilidade às ações de prevenção contra a violência infantojuvenil, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), em parceria com a Sociedade Mineira de Pediatria (SMP), promoverá o 1º Fórum SBP sobre Violência na Infância e Adolescência. Será no dia 30 de outubro, em Belo Horizonte (MG). Na oportunidade, serão abordadas as principais estratégias para identificar vítimas de agressões e prever potenciais situações de vulnerabilidade.
O evento terá um amplo público-alvo formado por professores, pedagogos, juristas, assistentes sociais, conselheiros tutelares, além de profissionais de diferentes áreas da saúde, como enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, entre outros. Essa abrangência tem como intenção reforçar a importância da atuação de cada um dos profissionais dentro da rede de assistência e proteção integral às crianças e aos adolescentes.
Os associados adimplentes da SBP possuem desconto na inscrição do evento. Para conhecer os palestrantes, outros detalhes da programação científica e garantir uma vaga, acesse o site do evento.
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De acordo com o presidente do Fórum e do Departamento Científico (DC) de Segurança da SBP, dr. Mário Hirschheimer, o evento suprirá uma lacuna da formação médica, visto que o tema da violência ainda é bastante negligenciado. “De modo geral, os pediatras estão muito bem preparados para falar sobre pneumonia, asma e febre, por exemplo, mas as causas externas (acidentes e violência), responsáveis pelos maiores índices de mortalidade a partir dos cinco anos de idade, são deixadas em segundo plano”, afirma ele.
PROGRAMAÇÃO - A programação científica do evento estará organizada em três módulos sequenciais. Durante a manhã, no primeiros deles, serão discutidos tópicos acerca de políticas públicas. O objetivo será abordar estratégias de prevenção da violência, como os programas definidos pela Organização Pan-americana de Saúde (OPAS) para o Brasil.
Além disso, também estarão em pauta os caminhos mais adequados para integrar os agentes que atuam em proteção da infância e adolescência, entre eles, conselhos tutelares e Tribunais de Justiça. Encerrando o módulo, ocorrerá uma conferência sobre suicídio, um dos atuais problemas de saúde pública entre jovens.
No modulo seguinte, à tarde, os debates estarão direcionados para o tema “Violência na Era Digital”. As mesas-redondas e conferências abordarão assuntos como “Influência das redes sociais na violência entre crianças e adolescentes” e “Adolescência e violências: experiência em Belo Horizonte”.
O último módulo proporcionará palestras sobre a relação entre episódios de violência e a saúde do escolar. Em destaque, apresentações sobre “Uma violência silenciosa: causas e sinais de alerta de bullying”, “A violência do ‘lado de fora’ e a repercussão na escola”, “Memorial pela vida da juventude”, “Rede de cuidado” e “Projeto Brota”.
Nos dias 31 de outubro e 1º de novembro, ocorrerá no mesmo local o Simpósio Pediátrico de Promoção da Saúde e Segurança. O evento terá o objetivo de promover a capacitação dos especialistas da região em temas relacionados à prevenção de acidentes e às situações de rotina verificadas em consultórios e escolas, além de questões sobre promoção da saúde de forma ampla.
Na avaliação da presidente do DC de Adolescência, dra. Alda Elizabeth, o Fórum representa uma iniciativa da atual gestão da SBP de estabelecer estratégias contundentes e bem documentadas de apoio à atuação do pediatra. “Muitos especialistas ainda não identificam que por detrás de uma queixa principal pode haver uma queixa velada a respeito de uma situação de conflito em casa. Às vezes, as crianças e adolescentes não falam porque os agressores são os próprios pais. A SBP quer capacitar cada vez mais os médicos para essa assistência”, afirma.
PREVENÇÃO - Segundo o dr. Mário Hirschheirmer, o evento auxiliará os especialistas a atuar de forma preventiva e não apenas no atendimento. “A função do pediatra também é identificar possíveis vítimas e intervir antes do problema se instaurar. Quando um acidente é prevenível, sua consumação está relacionada à negligência”, disse.
Ele acrescentou ainda que, por exemplo, se no pré-natal, o especialista identifica que uma família não tem estrutura ou que a mãe possui distúrbio e faz uso de drogas, deve estar preparado para agir de forma preventiva. “Devemos atentar aos fatores de risco desde a primeira consulta até o final da adolescência”, salienta.
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