Em parceria com SBIm e Febrasgo, SBP divulga documento técnico sobre imunização em gestantes

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) divulgaram o documento técnico “Imunização na gestação: pré-concepção e puerpério” com o objetivo de orientar profissionais de saúde sobre a importância da vacinação durante a gestação.

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Segundo o documento, a gestação é um período no qual as mulheres necessitam de cuidados específicos para assegurar a sua saúde, a do feto e de seu futuro filho. Pode ser o momento ideal para abordar o assunto prevenção, aumentando a conscientização sobre a importância das vacinas, não só para ela como para toda a sua família. O sentimento de estar com uma nova vida em desenvolvimento no seu organismo remete à gestante um compromisso de responsabilidade ainda maior com seu autocuidado.

O texto destaca que infecções maternas durante a gestação estão associadas à morte fetal, malformações, atraso do crescimento intrauterino, parto prematuro, rotura prematura de membranas, infecções neonatais e manifestações tardias, ao longo da infância e da adolescência. “Muitas destas infecções são imunopreveníveis e quando estratégias de imunização são adequadamente implantadas, asseguram uma gestação livre de várias complicações a elas associadas”, diz trecho do documento.

De acordo com o documento, ao avaliar a situação vacinal de uma gestante, duas premissas importantes são válidas neste período: quando a grávida não tem comprovação da vacina questionada, ela deve ser considerada como não vacinada; e se a gestante não tiver completado o esquema de doses de uma determinada vacina, deve-se dar continuidade ao esquema iniciado a partir do momento em que ocorreu a interrupção, pois doses recebidas e registradas, sempre são consideradas como doses válidas.

A SBP, SBIm e Febrasgo orientam, ainda, que a vacinação rotineira de adolescentes e adultos deve ser sempre incentivada, e que é de extrema importância, no momento da vacinação, avaliar a possibilidade de gravidez, como parte da triagem, evitando que gestantes recebam vacinas que são contraindicadas neste período.

BAIXA ADESÃO – Mulheres que estão planejando engravidar, ou que já estejam grávidas, tornam-se mais receptivas à imunização, principalmente quando informadas sobre o objetivo de tornar o período gestacional mais seguro e saudável possível, assim como sobre os benefícios para seu filho. Entretanto, ainda há baixas taxas de adesão à vacinação pré-natal, especialmente entre gestantes com baixo nível socioeconômico, baixa escolaridade, alguns grupos raciais e étnicos, e comportamentos alternativos.

De acordo com o documento, alguns motivos justificam a baixa adesão pelas vacinas: a não indicação pelos profissionais da saúde, a falta de informação sobre a suscetibilidade e o maior potencial de gravidade que algumas infecções podem acarretar na gestante, o receio dos possíveis eventos adversos, o risco de prejuízos ao feto e a falta de informação sobre os reais benefícios que a vacina materna proporciona ao feto e ao recém-nascido.

“Por essa razão, o tema de imunizações na pré-concepção, na gestação e no puerpério deve ser abordado nas consultas de ginecologia, obstetrícia e pediatria. Estes são momentos ímpares na vida da mulher, que devem ser valorizados por todos os profissionais de saúde e, em especial pelos ginecologistas-obstetras, que devem incluir imunizações como parte integrante de sua prática clínica, e também pelos pediatras, protagonistas na orientação e aconselhamento vacinal da família”, reforçam a SBP, SBIm e Febrasgo no documento técnico.

INDICAÇÕES – O documento ainda traz quais as vacinas são indicadas durante a gestação: Vacina influenza; Vacina hepatite B, para as não previamente imunizadas; Vacinas tétano e coqueluche, na formulação tríplice acelular tipo adulto: dTpa (difteria, tétano e coqueluche).

Além disso, o texto aborda o futuro da imunização materna para a proteção do recém-nascido, as orientações específicas para recém-nascidos de mães com comorbidades selecionadas na gestação, a segurança da vacinação na gestante, entre outros assuntos importantes.