A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) marcou presença no 1º Seminário “Brincadeiras perigosas: o impacto da vida digital para crianças e adolescentes”, realizado em Fortaleza (CE), nos dias 4 e 5 de maio. O evento teve como objetivo estimular o debate sobre o conteúdo direcionado à população pediátrica no ambiente virtual e integrou as atividades da Semana Estadual de Mobilização e Conscientização sobre Brincadeiras Perigosas.
Na oportunidade, a SBP foi representada pela dra. Evelyn Eisenstein, do Departamento Científico de Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), que apresentou a palestra “Saúde na rede”, abordando tópicos relacionados ao desenvolvimento físico e mental dos adolescentes e sua influência no comportamento dos jovens.
“O impacto desses desafios da internet pode ser explicado quando observado o processo de crescimento. Os jovens ainda não têm o cérebro totalmente amadurecido. Curiosidade e impulsividade não representam apenas características. Há uma necessidade natural de testar os limites corporais, por isso não podem ser considerados pequenos adultos”, enfatizou.
MANUAL - Algumas das principais orientações presentes no manual de orientação sobre a Saúde de Crianças e Adolescentes na Era Digital, para prevenir os riscos associados à internet, também foram apresentadas. Entre as recomendações direcionadas ao público infanto-juvenil estão: garantir que aparelhos eletrônicos sejam desconectados no período do sono, não utilizar computadores ou smartphones durante as refeições e estabelecer um limite de horas para o uso diário.
Durante a palestra da dra. Evelyn, foram abordados ainda aspectos como a dependência digital – já classificada como patologia pela atual Classificação Internacional de Doenças (CID) –, a importância da prática de brincadeiras saudáveis e ainda os interesses corporativos relacionados à propagação de jogos violentos, que dissociam os adolescentes do convívio social.
DOCUMENTO – Ainda segundo a dra. Evelyn Eisenstein, em breve, o DC de Adolescência da SBP divulgará um novo documento científico específico sobre os perigos relacionados ao uso de videogames e da realização de desafios perigosos. “Infelizmente, é cada vez mais comum a disseminação de vídeos que incentivam brincadeiras violentas com potencial de produzir sérios agravos à saúde. Entre as práticas mais comuns está introduzir objetos no nariz, aspirar desodorante aerossol e cheirar canela. É fundamental orientar pais e filhos sobre os diversos riscos existente para aqueles que se submetem a esses jogos”, destacou.
O 1º Seminário sobre Brincadeiras Perigosas é uma realização da Secretaria da Educação do Estado do Ceará (Seduc), por meio da Célula de Mediação Social e Cultura de Paz, em parceria com o Ministério Público do Estado do Ceará e o Instituto DimiCuida. Além dos representantes das instituições organizadoras, também estiveram presentes membros da Sociedade Cearense de Pediatria (SOCEPE). Ao todo, cerca de 200 pessoas compareceram ao evento.
A atividade abordou diferentes temáticas, como: “Brincadeiras perigosas – conhecer, compreender e prevenir”, com Demétrio Jereissati e Fabiana Vasconcelos, do Instituto DimiCuida; “O papel da família e da escola na educação digital de crianças e adolescentes”, com a dra. Camila Jimene, do Nethics Educação Digital; e “O marco civil da internet e seus desafios”, com o Dr. Caio César Carvalho Lima, da Ópice Blum.
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