O clamor por justiça e pelo fim da violência contra as mulheres levou centenas de pessoas às ruas de Vitória (ES), no último domingo (1º). Todas participaram de uma passeata com o objetivo de chamar a atenção do Poder Público para a prevenção e o combate a crimes, como o assassinato da pediatra Milena Gottardi, ocorrido no dia 14 de setembro, no estacionamento do hospital em que trabalhava, na capital do Espirito Santo.

Juntos, parentes, amigos e colegas de trabalho dela e de outras mulheres, também vítimas de crimes de ódio, realizaram uma caminhada de protesto. Foi o segundo ato desse tipo nos últimos 20 dias. O grupo se concentrou na Praia de Camburi, ainda com a presença de representantes do Conselho Regional de Medicina (CRM-ES) e da Sociedade Espiritossantense de Pediatria (SOESPE).

O secretário de Segurança do Espírito Santo, André Garcia, também compareceu à passeata, ressaltando a importância do engajamento popular e de iniciativas do Poder Legislativo, como a Lei Maria da Penha, para transformar a cultura de violência que atinge mulheres em todo o País.

BALÕES BRANCOS - Os manifestantes carregavam cartazes contra a impunidade e balões brancos simbolizando a paz. “Apesar do dia chuvoso, a sociedade capixaba se mobilizou de forma representativa. Toda a marcha foi repleta de emoção. Queremos sensibilizar a justiça, para que cumpra sua função com a mesma celeridade da polícia”, comentou o dr. Rodrigo Aboudib, presidente da SOESPE.

Dra. Milena foi baleada no momento em que saía de um plantão no Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (HUCAM), também conhecido como Hospital das Clínicas. Numa rápida ação da Delegacia de Homicídios e de Proteção à Mulher, seis pessoas foram presas. Dentre os suspeitos, o ex-marido e o ex-sogro da vítima, indicados como mandantes do crime.

Definida pelos amigos e pacientes como uma pessoa de temperamento meigo e sereno, na última semana, foram celebradas duas missas em homenagem à dra. Milena Gottardi, ambas em locais onde ela trabalhava, o Hospital das Clínicas e o Hospital Infantil de Vitória. “Ela sempre dava muita atenção e força a todos. Quando eu entrava no consultório, enchia meu coração de esperança”, lembrou emocionada Carolayne Gimenez, ex-paciente da médica. (Com informações do G1)

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