Ensino e meio ambiente no Fórum da Academia

O diagnóstico da assistência aos recém-nascidos no sistema público de saúde está previsto para breve e a reivindicação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e da Academia Brasileira de Pediatria (ABP) de aumento do tempo de residência em pediatria para três anos será colocada em pauta pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) do MEC. …

O diagnóstico da assistência aos recém-nascidos no sistema público de saúde está previsto para breve e a reivindicação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e da Academia Brasileira de Pediatria (ABP) de aumento do tempo de residência em pediatria para três anos será colocada em pauta pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) do MEC. Estas foram algumas das informações veiculadas na abertura do 8º Fórum da Academia – Lincoln Freire “As transformações da família e da sociedade e seu impacto na infância e juventude”, dias 12 e 13 de maio, no Rio de Janeiro. Dr. Dioclécio Campos Jr., presidente da Sociedade, foi quem anunciou que o Núcleo VigilaSUS da SBP já elaborou os primeiros indicadores da qualidade do atendimento de crianças e adolescentes com os quais empresa contratada realizará pesquisa nacional por amostragem, começando pela área de neonatologia – que representa hoje quase dois terços da mortalidade infantil. Já a discussão na plenária da CNRM foi anunciada pelo secretário-executivo da Comissão, dr. Roberto Queiroz Padilha, que participou do debate sobre a formação do pediatra brasileiro iniciado pela conferência do dr. Izrail Cat, da ABP, coordenada pelo dr. Azor José de Lima, com secretaria da dra. Maria Marta Regal de Lima Tortoni.

Dr. Fernando Nóbrega, presidente da ABP

 

Dr. Julio Dickstein, presidente do Fórum

Parabenizando o dr. Julio Dickstein, presidente do evento, e demais organizadores, dr. Dioclécio elogiou a enriquecedora explicitação dos contrastes.“A medicina está doente”, diagnosticou o acadêmico Izrail Cat, traçando o panorama de uma “crise anunciada” no ensino e na prática profissional. O assunto é “dinamite”, definiu o presidente da ABP, dr. Fernando Nóbrega, salientando que saúde e educação precisam ser  prioridade de fato no País e frisando a importância da qualidade do atendimento. “Há um desequilíbrio regional na oferta de especialistas”, disse o dr. Sigisfredo Luiz Brenelli, coordenador de Ações Estratégicas de Ensino em Saúde do Ministério da Saúde. “Os profissionais estão mal distribuídos”, confirmou o dr. Carlindo Machado Silva Filho, presidente da Associação Médica do Estado do Rio de Janeiro, em nome também da Associação Médica Brasileira. Segundo o dr. Brenelli, “os gestores têm dificuldade de recrutá-los e o problema não parece ser de salários”. A avaliação difere bastante da apresentada pelas entidades: “não faltam pediatras, o que não há é um plano de carreira na medicina, uma política de fixação no conjunto do País”, salientou o dr. Carlindo.

Para a presidente da Sociedade de Pediatria do Rio de Janeiro (Soperj), dra. Fátima Coutinho, o tema do ensino precisa mesmo ser debatido com profundidade e é importante que a ABP tome iniciativas neste sentido. Elogiando a característica multidisciplinar do Fórum, dra. Fátima reforçou também a importância dos demais assuntos escolhidos, como a “saúde ambiental”, abordada nas conferências do presidente da SBP e das dras. Eliane Cesário e Darci Bonetto, coordenadas pelo dr. Benjamin Kopelman.

No programa do dia 13,  temas a cargo das professoras Elizabeth Salgado (“desenvolvimento da sexualidade”); Sonia Eva Tucherman (“erotização precoce”), Simone Grynen (“pedofilia”) e Suely Deslandes (“aspectos sociais da violência sexual”), em mesa coordenada pelo dr. Antonio Márcio Lisboa e secretariada pela dra. Eloísa Grossman. Todos planejados com vistas a uma melhor compreensão das transformações sociais, contribuindo para a melhoria do atendimento prestado às famílias, ressaltou o dr. Julio Dickstein. O 8ª Fórum da ABP foi aberto pelas crianças do Coral da Pediatria Brasileira, sob a batuta da maestrina Alice Ramos Sena. O encerramento ficou por conta do Grupo de Teatro da Pediatria Brasileira, dirigido por Marília Martins.

Dr. Dioclécio e a maestrina Alice Sena com as crianças do Coral

O acadêmico Dias Rego com o Coral da Pediatria Brasileira

Veja alguns dos resumos das conferências e debates:

. “Crise na formação do pediatra brasileiro”. Izrail Cat
.  “Ecologia e saúde: histórico e desenvolvimento na ABP”. Dioclécio Campos Jr.
. “Saúde ambiental”. Benjamin Israel Kopelman;
.  “Pediatria ambiental”, Eliane Cesário;
.  “Temas de Sexualidade Humana”. Antônio Márcio Lisboa.
. “Desenvolvimento da Sexualidade”. Elizabeth Salgado.