O membro do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e vice-presidente da Sociedade de Pediatria de Pernambuco (Sopepe), dr. Eduardo Jorge da Fonseca Lima, elaborou um documento para informar os pediatras e a população em geral sobre a expectativa e o potencial das atuais pesquisas que buscam encontrar uma vacina para a COVID-19.
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Na publicação, o especialista convoca os leitores a indagarem sobre as reais possiblidades da produção de uma imunização num curto período, tomando como base os critérios de segurança e eficácia. Conforme ressalta o dr. Eduardo Jorge, os apontamentos e previsões exigem cautela, para não oferecer falsas esperanças, especialmente num momento tão difícil para a humanidade.
Na avaliação do médico, a descoberta de uma vacina talvez seja o caminho mais definitivo para superar a atual pandemia. Nesse instante, cerca de 120 equipes de cientistas do mundo todo estão focadas nesse objetivo e os pesquisadores estão otimistas de que uma imunização efetiva venha a ser produzida em tempo recorde. No entanto, a comunidade científica internacional já ressalta que a rapidez de resultados não pode ocorrer em detrimento da qualidade técnica.
“Os estudos em fases mais adiantadas estão nos Estados Unidos e Europa, com promessas inclusive de entrega de uma primeira versão do produto em setembro. Outras dez empresas fabricantes também estão em estágio de trabalho avançado. Entretanto, não está claro se haverá eficiência em longo prazo, em função da epidemiologia genômica da doença e outras variáveis”, disse.
Para o dr. Eduardo Jorge, é preciso manter certa cautela, uma vez que os vírus mudam rapidamente e anticorpos que atuam numa cepal viral, acabam por falhar em outras. “A princípio, essa não parece uma característica preponderante no novo coronavírus, contudo, o risco não pode ser descartado”, frisa ele.
Além disso, pontua o especialista, mesmo que seja verificada a eficácia de uma eventual vacina, o processo de distribuição será outro enorme desafio. A Organização Mundial de Saúde (OMS) fez uma proposta à União Europeia para pressionar as empresas a desistirem do monopólio das imunizações que desenvolverem. Outras entidades também têm solicitado que a futura vacina seja disponibilizada gratuitamente para todas as pessoas.
“Sabemos que as nações mais ricas saíram à frente nas pesquisas. Somente a América do Norte é responsável por 46% dos trabalhos atualmente. Em oposição, são escassos os recursos alocados na América Latina e África. Por isso, será preciso uma forte cooperação internacional, entre pesquisadores, órgãos de saúde, formuladores de políticas e financiadores, para garantir que as futuras vacinas cheguem a todos, principalmente nos países pobres. Ainda são grandes os desafios”, conclui.
Informações atualizadas sobre o impacto da COVID-19 em Pediatria são disponibilizadas no novo site da SBP, disponível em: https://www.sbp.com.br/especiais/covid-19/
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