Especialista em banco de leite humano será presidente de honra do 2º Simpósio de Aleitamento Materno da SBP


O 2º Simpósio de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) homenageará o coordenador da Rede Global de Bancos de Leite Humano e secretário executivo do Programa Ibero-americano de Bancos de Leite Humano, dr. João Aprígio Guerra de Almeida. Ele será o presidente de honra do evento que ocorrerá no dia 8 de outubro, em Porto Alegre (RS), concomitantemente ao 39º Congresso Brasileiro de Pediatria (CBP).

“Me senti profundamente honrado com esse reconhecimento da SBP e de amigos de décadas de luta em prol do aleitamento materno. Mesmo eu não sendo um pediatra, me sinto parte da família de pediatras, pois sou formado em Engenharia de Alimentos, porém com uma trajetória profissional dedicada à saúde da criança no que diz respeito à promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno e em relação aos bancos de leite humano”, destaca.

A presidente da SBP, dra. Luciana Rodrigues Silva, enfatiza que o trabalho ininterrupto do dr. João Aprígio "é um exemplo que deve ser conhecido amplamente pelos pediatras brasileiros".

PESQUISA - Graduado em Engenharia de Alimentos pela Universidade Federal de Viçosa, em 1981, e doutor em Saúde da Mulher e da Criança pelo Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), em 1998, o especialista em banco de leite humano mudou sua trajetória acadêmica para se dedicar ao tema.

“Minha linha de pesquisa era em leite de vaca, quando, em 1983, um médico do FunRural me convidou para estudar o leite humano. Naquela época, em que a internet era escassa, ter acesso à informação era bem complicado. Foi então que fui conhecer o banco de leite humano do IFF e mudei meu estudo para este tema e fiz minha tese de mestrado sobre a reestruturação do banco de leite humano do Instituto”, conta dr. João Aprígio.

“Por trás do leite humano, vi que eu não estava ainda preparado para lidar com a mulher. Eu entendia a criança como sendo a principal protagonista dessa cena, quando na verdade o protagonista é a mulher e a criança o beneficiário. E percebi que banco de leite deveria ser uma casa de apoio à mulher”, complementa.

REFERÊNCIA – Após a conclusão do estudo e com a aprovação do orçamento, dr. João Aprígio foi convidado para implementar e criar o primeiro Centro de Pesquisa em Leite Humano do Brasil. “Entrei no IFF em 1985 para trabalhar com banco de leite humano e implementar no Brasil o modelo operacional que importamos do Centro Internacional da Infância, em Paris. Passamos a trabalhar com um modelo genuinamente brasileiro de banco de leite humano em que uma das principais diferenças é ser uma casa de apoio à amamentação”, destaca.

A partir de então, os bancos de leite passaram a se transformar em uma importante estratégia de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno no terceiro nível de atenção. O modelo foi reproduzido e levado a todos os estados brasileiros. Hoje, o Brasil tem o maior complexo de banco de leite humano no mundo e é referência em 32 países.

COOPERAÇÃO - Em 2001, o País foi reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o trabalho que mais contribuiu para a redução da mortalidade infantil na década de 1990, o que despertou o interesse de outros países pela cooperação técnica internacional em países da América Latina, Europa e África.

Dr. João Aprígio é experiente na área de Saúde Coletiva com ênfase em Saúde Pública, atuando principalmente nos seguintes temas: banco de leite humano, aleitamento materno, políticas públicas, gestão e qualidade.

“Trabalho em uma seção nobre IFF que está dedicada à trajetória da construção da unidade neonatal da instituição, que historicamente é uma casa de célebres pediatras e professores da pediatria, ou seja, um resgate de 30 a 35 anos de história”, finaliza.