Especialistas da SBP conscientizam sobre leucemias na infância e adolescência

Aproximadamente 28% dos casos de câncer na faixa pediátrica são de leucemias. As doenças têm o maior índice de mortalidade no Brasil, associadas às outras neoplasias malignas na infância. Em conscientização ao Fevereiro Laranja – mês de combate às leucemias –, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), por meio do Departamento Científico de Oncologia, publicou recentemente um artigo que aponta os sinais e sintomas das doenças; reforça a importância do diagnóstico precoce; e conscientiza sobre a doação de medula óssea. 

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As leucemias correspondem a um grupo heterogêneo de doenças, do ponto de vista clínico e biológico, que comprometem primariamente a medula óssea. Cerca de 97% dos casos nas crianças são caracterizados pela expansão clonal de células precursoras linfoides, mieloides ou hematopoiéticas imaturas. Na maioria das vezes, segundo o artigo, esta anormalidade genética é adquirida, e somente em torno de 5% dos casos está associada a síndromes genéticas hereditárias. 

Dos tipos de leucemia na infância, a linfoide aguda (LLA) é a mais comum (75-80%), com pico de incidência em pacientes entre dois e cinco anos de idade; seguida pela leucemia mieloide aguda (15 a 20%), mais incidente em menores de 2 anos de idade e com outro pico menor na adolescência. A leucemia mieloide crônica é incomum em pediatria, variando de 2 a 5%.

Segundo os autores, diagnosticar precocemente a doença, aliado ao tratamento adequado em centros de referência em oncologia pediátrica, podem aumentar significativamente a taxa de cura do paciente. Nesse cenário, os médicos devem se atentar aos múltiplos sinais e sintomas inespecíficos e persistentes, como: letargia, fadiga, dor óssea e perda de apetite – sendo a dor óssea um achado frequente (25% a 40%), e muitas vezes considerado como o primeiro sintoma da LLA. 

Os especialistas reforçam o papel dos pediatras no rastreamento da doença, com a realização de anamnese e exame físico detalhado para auxiliar a investigação das queixas do paciente, além de monitorar os sinais de síndrome genética; histórico familiar de câncer; e histórico de tratamento prévio com quimioterapia.