Especialistas recomendam berços sem almofadas e bichos de pelúcia

Nos EUA, em sete anos, 32 bebês morreram sufocados ou estrangulados pelos laços que amarram os protetores dos berços. Para assistir a matéria clique aqui. A assistente administrativa Alzira de Campos Cohen é do interior de São Paulo e mora em Nova York. Ela se surpreendeu quando foi comprar um novo protetor de berço para o …

Nos EUA, em sete anos, 32 bebês morreram sufocados ou estrangulados pelos laços que amarram os protetores dos berços.

Para assistir a matéria clique aqui.

A assistente administrativa Alzira de Campos Cohen é do interior de São Paulo e mora em Nova York. Ela se surpreendeu quando foi comprar um novo protetor de berço para o quarto do filho Brian. “Falaram que por segurança esse produto não vai ter mais nessa loja”, diz.

A loja seguiu a recomendação da Academia Americana de Pediatria para bebês com até 6 meses de idade. Há muito tempo, médicos americanos vêm estudando a morte inesperada de bebês em seus berços. Ela pode ser provocada por asfixia, sufocação e trauma. Pediatras analisaram milhares de casos de acidentes e mortes de bebês nos Estados Unidos. Em sete anos, 32 bebês morreram sufocados ou estrangulados pelos laços que amarram os protetores.

Em Washington, a pediatra Rachel Moon participou da pesquisa. Ela diz que já teve que lidar com casos difíceis em que perdeu pacientes sufocados. Por isso, é firme em recomendar que os pais não usem o protetor de berço. Rachel recomenda ainda que os bebês durmam no berço instalado no quarto dos pais durante os seis primeiros meses.

O berço ideal indicado pela Academia Americana de Pediatria não é muito bonitinho, mas o importante é a segurança. Nada de protetores de berço, almofadas, travesseiros, muito menos bichos de pelúcia. O colchão tem que ser firme, ocupando todo o espaço interno no berço, sem vãos nas laterais. E ele tem que ficar reto, e não inclinado.

Para que ninguém fique com dúvidas, o Fantástico contou com a colaboração da bebê Bruna para ajudar a esclarecer as normas de segurança. A mãe está cheia de perguntas.

“Eu tinha um móbile até há pouco tempo, que a Bruna fez de pêndulo. É correto manter ou tenho que retirar?”, pergunta a empresária Gisele Marques.

Quem explica é a diretora do Departamento de Segurança da Criança da Sociedade Brasileira de Pediatria, Renata Waksman. “Tem que retirar o quanto antes. Porque a criança vai acabar se pendurando e pode sofrer machucados e lesões.”

Gisele quer saber sobre a grade do berço.

“Uma grade que não esteja firme e que a criança consiga sacudir é extremamente perigosa e não representa segurança nenhuma”, alerta a especialista.

“Mantemos ou retiramos o protetor?”, pergunta Gisele.

“O ideal, pensando na segurança, pensando nos movimentos da Bruna, é remover o protetor.”

Mas a função do protetor não é exatamente evitar que o bebê se machuque? “Mesmo que dê leves batidinhas, seja nos bracinhos, nas perninhas, ou até na cabecinha, não vão representar risco. Por outro lado, um protetor mal colocado que possa servir de escada acaba representando um risco bem maior”, explica.

Outra mãe, do Rio de Janeiro, gosta de deixar o berço bem recheado de bichinhos e travesseiros.

“O ideal é que o berço não tenha bichinhos de pelúcia e travesseirinho dentro dele”, reforça a pediatra Adriana Proença Barros. “O ideal é que o bercinho não tenha nada.”

Adriana tem mais algumas dicas de segurança para os bebês com menos de 1 ano, mas que já sentam e se levantam no berço.

“A altura deve medir na, vertical, no mínimo 60 centímetros, para que a criança, quando ficar em pé, não tenha risco de cair do berço. A distância entre uma trave e outra deve ser menor do que seis centímetros, para não passar a perninha e acabar se machucando.”

A pequena Giulia não gosta nem um pouco quando é colocada no bercinho vazio. Só se acalma quando ganha a centopeia.

“Quanto mais estimulação visual, quanto mais cor você coloca na caminha do bebê, mais agitado ele fica. E mais dificuldade para dormir”, acrescenta a pediatra.

Giulia reclama, mas agora está em segurança.