Obesidade, programação metabólica, dificuldades alimentares, contaminantes ambientais, doença celíaca, câncer e prevenção. Esses são alguns dos temas que serão discutidos no 1º Congresso Brasileiro e 4º Simpósio Internacional de Nutrologia Pediátrica, de 13 a 15 de novembro, em Florianópolis (SC). “O programa está centrado no que há de melhor para a promoção da saúde, desde a gestação, o leite materno e a introdução correta dos alimentos para a prevenção, não apenas de doenças crônicas, mas também de alergias”, adianta a presidente do evento, Maria Marlene Pires. Sobre os convidados estrangeiros, salienta: “são profissionais muito experientes, que atuam na linha de frente”.
Professor da Universidade de Zaragoza, na Espanha, onde coordena grupo de pesquisa sobre Crescimento, Exercício, Nutrição e Desenvolvimento, Luis Moreno abordará o efeito da atividade física e a questão do risco genético e do ambiental quando se trata da obesidade. “São trabalhos consistentes, norteadores”, informa a dra. Maria Marlene. “Antigamente, pensávamos que o genoma ia explicar tudo. Mas uma criança com propensão à hipertensão, a doenças crônicas, de família obesa, pode ter os problemas mitigados se a mãe comer adequadamente na gestação, alimentá-la com leite materno durante todo o primeiro ano, introduzir outros alimentos corretamente. Isso vale para o contrário também. Há sempre a interação do ambiente e da genética”, comenta.
Kim Michaelsen, professor da Universidade de Copenhagen, Dinamarca, Assessor do Conselho Nacional de Saúde sobre Nutrição Infantil e Pediátrica, consultor da OMS sobre curvas de crescimento, desnutrição, vai abordar “aleitamento materno: efeitos a longo prazo” e “o que há de novo na alimentação nos primeiros anos de vida”. O pesquisador apresentará seus trabalhos, “porque estão sempre saindo resultados mais recentes. Sabemos, por exemplo, que a amamentação previne a obesidade, mas há outras evidências e questões que também podem ser evitadas”, diz a presidente do Congresso.
Na cerimônia de abertura, caberá à Roseli Sarni, presidente do Departamento Científico (DC) de Nutrologia da SBP, a conferência sobre “programação metabólica: implicações práticas”. “Os 280 dias de gestação e os dois primeiros anos de vida da criança são extremamente importantes para o desenvolvimento futuro de doenças. Heranças maternas e paternas e fatores ambientes, entre os quais a dieta da mãe e a do pai, interferem na saúde da criança. É a fase ideal para a prevenção de diferentes problemas. Vamos conversar sobre o quanto a literatura avançou e, do ponto de vista prático, sobre o que o profissional de saúde pode fazer nestas fases que são chamadas vulneráveis”, assinala. “As famílias costumam pensar que as mães podem comer errado na gestação, que há um ‘filtro’ na placenta. Mas se a mãe consumir muito alimento industrializado, rico em açúcar e gordura trans, o bebê também vai recebê-los”, lembra.
Dentre as conferências, Mauro Fisberg, da Escola Paulista de Medicina, da Universidade Federal de São Paulo, falará sobre “dificuldades alimentares em crianças” e Elsa Giugliani, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, sobre “aleitamento materno e desenvolvimento cognitivo”, mostrando os últimos estudos que embasam a teoria de que a amamentação protege o desenvolvimento do sistema nervoso central da criança.
Estão programadas ainda mini-conferências, com temas como “Nutrição e câncer”, com Marileise dos Santos Obelar, de Santa Catarina. “O consumo excessivo de gorduras tem impacto no desenvolvimento futuro de câncer de mama e de intestino, por exemplo. Se a criança começa desde o início a consumir muita gordura e, dependendo da qualidade, se for saturada, e se houver predisposição genética, terá mais chance de desenvolver alguns tipos de câncer. Vamos discutir de que maneira uma nutrição saudável é importante para a prevenção da doença”, salienta a dra. Roseli.
Nas mesas-redondas, estarão em pauta assuntos como “políticas públicas e prevenção de doenças crônicas não transmissíveis”, com participação da nutricionista Márcia Vitolo, também da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, responsável por várias pesquisas e publicações, por exemplo, sobre os 10 passos para uma alimentação saudável, informa a presidente do DC da Sociedade. A professora fez vários estudos em comunidades carentes, “que mostram a melhoria da saúde da população por meio de uma educação nutricional. Se as políticas forem praticadas adequadamente, podem reduzir a anemia, a obesidade”, comenta a dra. Roseli.
O congresso é organizado pela SBP e pela Sociedade Catarinense de Pediatria. A participação conta 10 pontos para a atualização do Título de Especialista em Pediatria; 10 para o Certificado de Nutrologia; 20 para o Certificado de Neurologia Pediátrica e 2 para o de Neonatologia. Acesse:http://www.nutroped2014.com.br/ e saiba mais!
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