Entre os dias 3 e 5 de outubro, a Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (Sobope) realizará o XVI Congresso Brasileiro de Oncologia Pediátrica, no Centro de Convenções Recanto das Cataratas, em Foz do Iguaçu (PR). A expectativa da organização é reunir mil congressistas das mais variadas especialidades para discutir aspectos relacionados ao câncer da criança e adolescente, a fim de potencializar a chance de cura da doença no Brasil.
“Estamos preparando um evento científico que possa agregar e atrair profissionais de diversas áreas, para que possamos melhorar as condições do diagnóstico, tratamento e cura das crianças e adolescentes com câncer no Brasil”, afirma a dra. Carmem Maria Costa Mendonça Fiori, presidente do Congresso. Entre profissionais brasileiros e estrangeiros atuantes, estarão reunidos especialistas da área de oncologia pediátrica, cirurgia pediátrica, patologia, radiologia, hematologia, enfermagem, políticas públicas, entre outros.
As inscrições com desconto vão até 15 de setembro e já podem ser feitas pelo site www.sobope2018.com.br. Os interessados em apresentar trabalhos científicos, nas modalidades oral ou pôster, devem enviar suas contribuições até 29 de junho.
DIAGNÓSTICO PRECOCE – Em março do ano passado, o Departamento Científico de Oncologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) publicou um documento científico em que orienta os pediatras sobre os sinais de alerta para identificar casos de câncer em crianças e adolescentes. ACESSE AQUI A ÍNTEGRA DO DOCUMENTO.
O câncer é a doença que mais mata crianças no Brasil. Estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontavam cerca de 12.600 casos de câncer infantojunenil diagnosticados no País ao longo de 2017. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que, a cada ano, mais de 150 mil crianças são diagnosticadas com câncer em todo o mundo.
A taxa de sobrevida, assim como a qualidade de vida, é maior quanto antes a doença for diagnosticada. O câncer pediátrico tende a crescer rapidamente e ser mais agressivo. Por outro lado, responde melhor a quimioterapia. Os tipos mais comuns na criança e no adolescente são as leucemias, os tumores do sistema nervosos central e os linfomas. O problema no Brasil é que muitas crianças chegam aos centros de tratamento com a doença em estágio já avançado.
PAPEL DO PEDIATRA – Nos últimos anos, a participação em protocolos cooperativos de tratamento, coordenados pela Sobope, contribuiu significativamente para a melhora na sobrevida das crianças com câncer. Dados de um estudo sobre o panorama do câncer infantojuvenil divulgado pelo INCA e pelo Ministério da Saúde apontam que a sobrevida estimada no Brasil por câncer na faixa etária de zero a 19 anos é de 64%, índice calculado com base nas informações de incidência e mortalidade.
Para a presidente do Departamento Científico de Oncologia da SBP, dra. Denise Bousfield, o pediatra tem papel essencial na suspeita diagnóstica do câncer. Entretanto, para alcançar o sucesso no tratamento, é fundamental que os pais e cuidadores realizem consultas pediátricas regulares com seus filhos, visando o diagnóstico precoce da doença, e sejam encaminhados para os centros oncológicos pediátricos de referência.
AVANÇOS – Segundo dra. Denise Bousfield, houveram avanços significativos com a publicação da Portaria nº 14 do Ministério da Saúde, publicada em 27 de fevereiro de 2014, que normatiza a Atenção Oncológica Pediátrica. Em 10 fevereiro de 2017, a pasta também publicou o primeiro Protocolo de Diagnóstico Precoce do Câncer Pediátrico. No entanto, ela ressalta que “é necessário que todos os estados da Federação tenham assistência organizada em níveis de hierarquia, com estabelecimento de fluxos de referência e contrarreferência, garantindo assim o acesso e o atendimento integral a todas as crianças e adolescentes”.
Para a dra Denise Bousfield, esses cuidados precisam contemplar desde os níveis da atenção básica à atenção especializada de média e alta complexidade, para que ocorram ações de promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação e cuidados paliativos. “Outro aspecto relevante a ser apontado é que a nossa informação gerencial epidemiológica é insuficiente em quantidade, dificultando a adequada avaliação do impacto do câncer em nossa população”, observa.
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