Guia traz orientações para auxiliar pediatras a lidarem com dificuldades alimentares em crianças

Como garantir a alimentação adequada da criança? Quais são as principais dificuldades alimentares na infância? O comportamento alimentar dos pais influencia no peso e dieta da criança? Para esclarecer essas e outras questões, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) acaba de publicar um guia de orientação sobre o tema.

“Discussões sobre as causas, as manifestações, os tipos e a conduta frente a pacientes pediátricos com dificuldades de alimentação são atualizados para que o pediatra possa resolver junto com a família e os pacientes estes problemas multifatoriais”, escreveu a presidente da SBP, dra. Luciana Rodrigues Silva, na apresentação do manual.

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Elaborado pelo Departamento Científico de Nutrologia da SBP, sob a coordenação da dra. Virginia Weffort, o manual ressalta que a alimentação saudável da criança deve começar com a alimentação materna, ainda antes e durante a gestação e da fase de lactação. Isso é importante para ajudar a criança a reconhecer os sabores quando maiores, além de influenciar as preferências e os hábitos alimentares durante a infância e a vida adulta.

DIFICULDADES – Segundo os especialistas, apenas 1% a 5% das crianças têm dificuldades alimentares que seriam: apresentarem refeições prolongadas; recusa alimentar em período superior a 30 dias; refeições estressantes; comer noturno; mamada prolongada; falha na evolução das texturas dos alimentos, entre outros aspectos. Eles também citam três categorias de dificuldades alimentares na infância tendo como base estudiosos no tema, como: crianças com apetite limitado; com ingestão seletiva; e com fobia alimentar.

O guia ressalta também que pais com práticas alimentares responsivas ensinam os filhos a lidarem melhor com a alimentação, incluindo fome e saciedade; que alimentos são bons e comer é prazeroso; além de ter experiências leves com novos alimentos.

De modo oposto, os pais controladores tendem a ensinar a criança a comer quando não se está com fome; a não gostar de alimentos saudáveis e outros. Por isso, é importante que o profissional de saúde, médico e nutricionista ou outro profissional que lide com dificuldade alimentar, tenha conhecimento dos estilos parentais para prestar as orientações necessárias aos pais com relação ao comportamento pessoal e familiar, apontam os autores do guia.

TEMAS – Como avaliar o equilíbrio nutricional; as possíveis complicações do lactente e da criança que não cresce adequadamente; uso de suplementos alimentares; como abordar a criança que não come, além de complicações e riscos de curto e longo prazos; quando encaminhar para outro especialista são assuntos abordados no texto da SBP.

Apesar do pediatra ser o primeiro profissional a ser consultado para tratar dos possíveis problemas na alimentação, é recomendável que os pacientes tenham acompanhamento conjunto com pediatra, nutrólogo, nutricionista e psicólogo.

Além disso, a parceria e troca de experiências com alergistas, gastroenterologistas, neurologistas, psiquiatras e outros especialistas médicos é importante para uniformizar condutas e manejo clínico, bem como para trazer benefícios para a criança com dificuldade alimentar.