Hipnose em criança é possível, mas médicos e psicólogos fazem ressalvas

Publicado em 1º de março de 2018 - por Rafaela Matias    

Na década de 80, um polêmico comercial de uma marca de chocolates circulava pelos canais de tevê aberta mostrando uma criança “hipnotizando” os espectadores para que comprassem o produto. O vídeo foi questionado pelo Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária e deu o pontapé inicial para uma discussão sobre o uso de técnicas persuasivas e expressões de comando nos comerciais infantis no Brasil. A partir dali, uma série de propagandas foram proibidas e retiradas do ar. Porém, se na publicidade o acesso ao subconsciente foi vetado, na saúde ele é defendido por diversos profissionais e utilizado, inclusive, para fins terapêuticos.  

(...) A pediatra Ana Maria Lopes, do Departamento de Desenvolvimento e Comportamento da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), questiona. “Do ponto de vista ético, uma criança não pode exercer ação sobre a outra sem consentimento prévio desta e dos pais”, defende. Embora a SBP não tenha um posicionamento específico em relação à hipnose, a médica Ana Maria Lopes explica que todo sofrimento psíquico na infância e seus trata- mentos requerem uma avaliação ampla, com investigação de causas orgânicas e sobre- tudo do contexto familiar e social no qual a criança está inserida. “Qualquer tipo de tratamento de sintomas psíquicos deve ser realizado por profissionais habilitados. Os pais devem discutir com o pediatra a escolha de tratamentos alternativos e de preferência solicitar a indicação de profissionais devidamente regulamentados por seus conselhos de classe”, orienta a pediatra.  

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