Em 2019, o maior hospital pediátrico do Brasil, o Pequeno Príncipe, completa 100 anos. A instituição filantrópica que desde 1919 se dedica à causa da saúde infantojuvenil tornou-se um centro de referência para todo o país, onde se pratica, ensina e pesquisa o que há de mais moderno para o diagnóstico e tratamento de crianças e adolescentes.
O primeiro prédio, do que viria a se tornar o complexo hospitalar Pequeno Príncipe, levou o nome do pai da Pediatria no Paraná, César Pernetta. A instituição também se tornou o berço da Pediatria paranaense. Como hospital de ensino desde a década de 1930, foi pioneiro no ensino prático da medicina especializada na saúde de crianças.
No fim do século 19, os médicos especializados em crianças no Paraná eram formados na Europa ou em outros estados. Com a inauguração da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Paraná, que passa a oferecer em sua grade as disciplinas voltadas à especialidade, o Hospital começa a receber os acadêmicos para ministrar as clínicas pediátricas a partir de sua construção.
Com a presença da Faculdade de Medicina nas dependências do Hospital, o ensino acadêmico convive diretamente com a clínica pediátrica o que trouxe figuras expressivas da medicina especializada na saúde da criança para Curitiba. São esses profissionais que, na década de 30, fundam a Sociedade Paranaense de Pediatria (SPP), dando início a uma história que se confunde com a do Hospital centenário. Foi no salão nobre do então Hospital de Crianças de Curitiba, atual Pequeno Príncipe, que, com a denominação de “Sociedade de Pediatria do Paraná”, a instituição que reúne médicos especializados em crianças foi fundada em 25 de março de 1934.
Os encontros ocorriam mensalmente no próprio Pequeno Príncipe. De acordo com relatos do médico César Pernetta, um dos fundadores da SPP, no início, o público era pequeno e poucos trabalhos eram apresentados – quase sempre sumários de quadros clínicos. Com isso, para chamar atenção dos colegas, ele e alguns outros companheiros, passam a combinar a contestação dos temas por eles apresentados para gerar discussões mais acaloradas. A estratégia dá certo e a frequência e interesse dos médicos aumenta.
Marco para a Pediatria nacional, o Pequeno Príncipe se consolida como hospital de ensino e mantém sua tradição na formação de médicos especialistas em crianças até os dias atuais atraindo estudantes de todo o país. Com um programa de residência que está prestes a completar meio século, a instituição, recebe por ano, cerca de 40 médicos residentes em busca de especialização em diferentes áreas de atuação. Mais de dois mil médicos pediatras, anestesistas, ortopedistas, cardiologistas, cancerologistas e cirurgiões pediátricos de todo o Brasil já complementaram sua formação e especialização em estágios e residências médicas no Hospital.
Para o diretor técnico do Pequeno Príncipe e membro da diretoria de Defesa Profissional da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Donizetti Giamberardino Filho, a referência como centro de formação de pediatras também está expressa nos ensinamentos de valores e solidariedade. “O hospital surge da solidariedade, do desejo de ajudar crianças pobres oferecendo-lhes uma oportunidade de acesso à saúde. Esse valor está no nosso DNA e ao longo das décadas, temos repassado aos profissionais e estudantes que complementam sua formação conosco. A pesquisa e tecnologia estão presentes no Pequeno Príncipe, auxiliando nos diagnósticos e tratamentos, mas a formação agrega o humano, porque nossa essência é de assistência e educação para a solidariedade”, diz.
Sua dedicação à formação em saúde levou à criação, em 2003, da Faculdades Pequeno Príncipe, que oferece os cursos de Medicina, Biomedicina, Psicologia, Enfermagem e Farmácia. Além de cursos de especialização e programas de mestrado e doutorado, a unidade educacional, em parceria com o Hospital, passou a oferecer também residência em Enfermagem e multiprofissional (que contempla Psicologia, Farmácia e Biomedicina).
Mensagem da SPP
A presidente da SPP, Kerstin Taniguchi Abagge, disse que, durante a Faculdade de Medicina, “a Pediatria foi o que mais me encantou a partir do terceiro ano e, como ex-aluna da PUC-PR, fiz meu internato e meu estágio voluntário em Pediatria no Pequeno Príncipe. É com nostalgia que lembro dos excelentes profissionais que nos guiaram por lá, além do corpo de residentes e funcionários que formaram um centro de excelência reconhecido em todo o Brasil. A História do Pequeno Príncipe se mistura com a da Pediatria Paranaense e faz com que o Paraná seja constantemente lembrado pela excelência de seus serviços e competência de seu corpo clínico. É com muito orgulho que a Sociedade Paranaense de Pediatria parabeniza o Pequeno Príncipe pelo seu centenário”, finalizou.
Sobre o HPP
Ao longo de um século, a excelência técnico-científica do Pequeno Príncipe transformou a vida de milhares de pacientes. Com mais de 305 mil atendimentos ambulatoriais e 21 mil cirurgias anuais, incluindo procedimentos de alta e média complexidade, como transplantes de órgãos e medula óssea, o Hospital oferece 32 especialidades médicas, que contam com equipes multiprofissionais especializadas. Cerca de 70% da sua capacidade de atendimento é destinada para o Sistema Único de Saúde (SUS). O que faz com que receba crianças e adolescentes de diferentes estados brasileiros. Com 370 leitos, sendo 68 em UTIs, o Hospital conta com uma estrutura única que alia tecnologia e humanização. Pioneira na assistência humanizada, a instituição também foi precursora de políticas públicas, com ações como o Programa Família Participante, que trouxe os familiares para acompanhar os filhos durante o tratamento, ainda nos anos de 1980.
Médicos que atuaram Pequeno Príncipe
Por seus corredores passaram grandes nomes da Pediatria paranaense, como Raul Carneiro, Victor do Amaral, Petit Carneiro, Eduardo Virmond, Janine Novich, Aluizio França, Leonidas Ferreira, Joaquim de Paula Braga, Ilina Terra Franco, Octávio da Silveira, Pinto Rabello, Jozefina Flaks, Francisco de Paula Soares Netto, Garcez do Nascimento, César Pernetta, Oswaldo Faria Da Costa, Ivan Beira Fontoura, Zilda Arns, Plínio de Mattos Pessoa, entre outros que levaram o jeito Pequeno Príncipe de ser e fazer para todo o país.
*Com informações da assessoria de imprensa da SPP
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