Publicado em 26 de maio de 2017 – por Naíma Saleh
Seu filho mal acabou o antibiótico... e lá vem outra infecção. E mais uma. E outra e outra. Quando esses episódios se repetem, algo maior pode estar por trás do problema: a imunodeficiência primária. Trata-se de um conjunto de aproximadamente 300 doenças de origem genética que têm como apresentação clínica infecções de repetição. As mais frequentes são respiratórias – como pneumonia e sinusite– ou acometem o trato intestinal, causando diarreias crônicas. Mas também é possível que o problema se manifeste no ouvido, na garganta... Não há órgãos definidos. Isso porque a imunodeficiência afeta os glóbulos brancos, responsáveis pela defesa do organismo, fazendo com que infecções e outras doenças oportunistas se instalem. “As famílias podem começar a desconfiar quando a criança fica sempre doente, precisa constantemente de antibióticos, não melhora só com os medicamentos de rotina e demora um tempo mais longo para se recuperar”, explica a pediatra Beatriz Tavares Costa Carvalho – secretária do Departamento Científico de Imunologia Clínica da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
A grande questão é que crianças com imunodeficiência primária, cuja prevalência é de 1 a cada 10 mil nascimentos, vêm ao mundo aparentemente saudáveis. E isso engana. Os sintomas podem começar a aparecer já nos primeiros meses de vida ou só durante a vida adulta, quando se considera que a manifestação é tardia. Só que logo que surgem, a evolução é catastrófica. “Felizmente, as formas mais graves da imunodeficiência primária costumam se manifestar ainda no primeiro ano de vida”, comenta o pediatra Antônio Condino Neto, presidente do Departamento Científico de Imunologia Clínica da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
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