Inclusão de crianças e adolescentes com deficiência é tema abordado em documento científico da SBP

Orientar pediatras, profissionais da saúde e educação, pais e responsáveis para a atenção integral e assistência às crianças e adolescentes com deficiência a fim de propiciar o desenvolvimento de seus potenciais. Este é o objetivo do documento recém-publicado pelo Departamento Científico de Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Segundo o Censo Brasileiro publicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE), em 2010, existem cerca de 45 milhões de brasileiros com algum tipo de deficiência, seja visual, auditiva, motora ou intelectual.

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Nesse contexto, o documento realça a importância de uma sociedade inclusiva, que está relacionada ao processo de construção da cidadania e da valorização dos indivíduos, confirmando e fortalecendo as diferenças de cada um. “As propostas de inclusão têm permeado as discussões recorrentes na sociedade e contribuído enormemente para a compreensão do processo educativo das pessoas que apresentam alguma necessidade educacional diferenciada”.

O texto propõe a implementação de ações educativas que possam promover o convívio com as diferenças e aprendizagens construídas pela participação nas salas de aula, contemplando sobretudo a subjetividade do aluno. Os autores citam a pesquisa Os benefícios da educação inclusiva para estudantes com e sem deficiência realizada pelo Instituto Alana e a ABT Associates, tendo como base 280 estudos de 25 países que mostra que “alunos sem deficiência que estudam em salas de aula inclusivas têm opiniões menos preconceituosas e são mais receptivas às diferenças”.

Por outro lado, o estudo aponta que os alunos com deficiência em escolas inclusivas têm melhores desempenhos acadêmico e social, além de melhor memória, habilidades de linguagem e menos problemas comportamentais.

VALORIZAÇÃO – O texto aborda ainda as acessibilidades dos programas de aprendizagem para a garantia do processo de inclusão educacional; direitos sexuais e reprodutivos; fatores que interferem na qualidade de vida; entre outros.

“Subestimar as capacidades de pessoas com deficiência é um enorme obstáculo à sua inclusão social. Esse obstáculo não existe apenas na sociedade em geral, mas também em profissionais, políticos e outros tomadores de decisões, podendo existir também nas famílias, entre os pares e nas próprias pessoas que têm alguma deficiência, principalmente quando lhes faltam evidências de que são valorizadas e apoiadas em seu processo de desenvolvimento”, diz o texto.

Os autores afirmam também que de acordo com o Relatório Mundial Sobre a Deficiência (2011), atitudes negativas, discriminatórias ou desinformadas ainda estão entre os maiores problemas para a igualdade de oportunidades. “A inclusão traz oportunidades para todos, interação mútua de pessoas com e sem deficiência e pleno acesso aos recursos da sociedade. Cabe lembrar que uma sociedade inclusiva tem o compromisso com as minorias e não apenas com as pessoas com deficiência”, ressalta.