Questionamentos de padrões familiares, a influência dos amigos e as pressões de grupo – situações típicas da adolescência – podem submeter o paciente pediátrico a risco nutricional. Por esse motivo, o Departamento Científico (DC) de Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) desenvolveu um documento para auxiliar os especialistas na otimização do ganho de massa óssea e da ingestão de cálcio em adolescentes. Esse cuidado decorre da comprovação do papel fundamental desse mineral na formação dos ossos.
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De acordo com a publicação, o ganho de massa óssea depende do resultado de múltiplos fatores relacionados (sexo, etnia, níveis de hormônios, Índice de Massa Corpórea (IMC), genética, entre outros). Além disso, o tecido ósseo pode sofrer alterações de acordo com as exigências funcionais a que é submetido.
“É reconhecido que o crescimento físico sofre influência hormonal, genética, nutricional e psicoemocional, sendo o meio ambiente um fator determinante nesse processo. O conhecimento de cada item é fundamental para a compreensão das mudanças, particularmente durante a puberdade, e de possíveis variações e anormalidades”, enfatiza o texto.
RECOMENDAÇÕES – Entre as orientações propostas para um desenvolvimento adequado, o documento indica a ingestão dietética de cálcio, além de outros nutrientes, como proteínas e minerais, que devem ser adquiridos por meio do equilíbrio de fontes alimentares. O leite e seus derivados, como queijos e iogurtes, são considerados boas fontes, devido à proporção de cálcio presente nesses alimentos e pela sua biodisponibilidade.
Outros alimentos também podem complementar essa oferta, como os vegetais verde escuro, mariscos e alguns peixes, em especial a sardinha e o salmão. Para que ocorra um adequado nível de absorção intestinal do cálcio, também é necessário o consumo de vitamina D e de outros facilitadores, como a lactose e os caseinofosfopeptídeos.
Aos pediatras é recomendado aproveitar o momento da consulta para orientar o paciente sobre a relevância do consumo desses alimentos de forma balanceada, verificar possíveis deficiências de vitamina D e incentivar seus pacientes a aumentarem o nível de atividades físicas, que também colaboram para o aumento da massa óssea.
O texto salienta ainda que, quando observada alguma disfunção, intervenções precoces podem ser realizadas no intuito de prevenir o aparecimento de quadros de osteopenia ou osteoporose. “Embora os quadros clínicos mais graves de problemas relacionados à massa óssea se manifestem predominantemente entre os idosos, sua predisposição tem início na infância e na adolescência. Portanto a prevenção deve ocorrer principalmente durante as duas décadas iniciais da vida”, enfatiza o documento.
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