Lives infantis: o quanto as transmissões ao vivo são benéficas neste período de pandemia

Publicado em 06 de junho de 2020 - por Thiago Prata

São 16h de um sábado, dia 24 de maio, e a pequena, atenta e animada Elis, de 3 anos – completará 4 em julho –, está de frente para uma tela. Do outro lado, o motivo do olhar compenetrado, das risadas e dos gestos da garota: a live do espetáculo infantil “Os Saltimbancos”. “Acho de extrema importância a criança ter contato com as artes desde cedo”, comenta a mãe dela, Sílvia Vasconcelos Maia. “Sempre levamos a Elis a exposições, peças de teatro, shows... Atualmente, nessas circunstâncias mundiais, isolados em casa, as lives ajudam a nos manter em contato com as artes”, complementa a dentista, que acompanha as transmissões ao lado da filha.

Assim como Elis, tantas outras crianças absorvem cultura por meio de lives de artistas durante o período de pandemia. “É o ideal? Claro que não. O ideal é que a criança tenha contato com o espaço do teatro, do museu... Mas neste momento não é possível. Acredito que seja uma situação transitória, então as lives estão sendo muito úteis nesse sentido. Não posso negar que a tecnologia tem ajudado. Ela adora, e eu assumo que curto também”, diz Sílvia.

[...] Preocupação esta que se faz acertada, como destaca Liubiana Arantes, PHD em neuropediatria e presidente do departamento científico de pediatria do desenvolvimento e comportamento da Sociedade Brasileira de Pediatria. “Antes preconizávamos um tempo mais restritivo de tela, diante de estudos científicos que mostram que o tempo em excesso de exposição às telas pode prejudicar a formação do cérebro das crianças. A orientação é que crianças até 2 anos não sejam expostas à tela; que as de 2 a 5 anos fiquem no máximo uma hora por dia; e a partir de 5 anos, no máximo duas horas por dia. E sempre com conteúdo pedagogicamente adequado, evitando conteúdos que possam ter violência, bullying ou sexualidade. Um controle parental é fundamental nessa abordagem”, afirma.

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