Livro simplifica a oftalmologia para o pediatra geral

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP) uniram esforços para apresentar e uma publicação a Oftalmopediatria. O objetivo é auxiliar os pediatras na prática clínica e contribuir para o aprimoramento da avaliação médica. A obra Oftalmologia Clínica para o Pediatra, lançada durante o 39º Congresso Brasileiro de Pediatra é composta por dez capítulos e foi editada pelas dras. Luciana Rodrigues da Silva e Luisa Moreira Hopker, e drs. Dirceu Solé e Fábio Eizenbaum.

De acordo com o coordenador, dr. Eizenbaum, o livro tem o objetivo de simplificar a linguagem a fim de que as doenças oftálmicas sejam mais facilmente identificadas. Para os autores, na infância o olho humano ainda está em formação e, por isso, apresenta características únicas – seja do ponto de vista anatômico, fisiológico ou patológico.

As doenças oculares, muitas vezes, têm manifestações diversas das do adulto e o cirurgião oftalmológico geral desconhece as particularidades da cirurgia na infância: por isso, cada vez mais a oftalmologia pediátrica tem crescido buscando nortear a saúde ocular das crianças. Conforme destaca o dr. Eizenbaum, é muito grande a gama de doenças oculares que podem se apresentar na infância. Entre as mais comuns, ele destaca: olho vermelho, retinopatia da prematuridade, catarata congênita, conjuntivite, estrabismo e uveíte.

USO DE TELAS – Abordando o tema que pautou grande parte das discussões do 39º CBP, o uso de aparelhos eletrônicos como TVs, tablets e celulares, o médico observa que uma das consequências mais usuais do excesso de telas é o olho seco. O grande problema, no entanto, é que a tecnologia pode ser gatilho para o desenvolvimento de miopia no futuro.

“Esse é o maior desafio que temos hoje”, afirma, reforçando a tese de que o ideal é que crianças de zero a dois anos não tenham contato com as telas. “Busquemos menos aparelhos e mais tempo com exposição ao meio ambiente e à luz ambiente, que reduzem as chances de formarmos uma geração de adultos míopes”, finaliza.