Médicos debatem o dia a dia do consultório pediátrico

O manejo de casos de febre, tosse aguda e crônica e hábitos alimentares são alguns dos temas mais frequentes no cotidiano dos pediatras e, por isso, foram também o centro da conferência “O dia a dia do consultório de Pediatria”, durante o 40º CBP. A discussão contou com mediação da dra. Normeide Pedreira, infectologista pediátrica.

Dr. Tadeu Fernandes, presidente do Departamento Científico de Pediatria Ambulatorial da SBP, abordou o manejo dos casos de febre, passando pela definição, mecanismos da febre e tratamento. “A febre é controlada pelo sistema nervoso central. Nessa região, temos neurônios chamados de termorreguladores”, explicou. Segundo ele, a febre é um sinal de que o sistema imunológico do corpo está se preparando para combater alguma doença. “Febre não é doença, febre é um sinal”, enfatizou.

 Abordou ainda a questão de intercalação de antitérmicos, frisando que estudos internacionais não recomendam esta conduta. Por fim, apresentou o Decálogo do Combate à Fobia da Febre, com orientações práticas sobre como manejá-la, de maneira simples e eficaz. Ressaltou, durante toda a sua fala, que a febre é uma condição normal do corpo humano no combate a adversidades.

Em seguida, o Dr. Samir Kassar, também do DC da SBP, ministrou palestra sobre “Tosse aguda e tosse crônica: o diagnóstico e manejo”. De acordo com ele, a tosse está sempre presente no consultório do pediatra, podendo ser uma reação simples do corpo ou sinal de uma doença mais séria. Resfriado, laringite, bronquiolite, pneumonia e asma são condições que apresentam tosse aguda como sintoma, por exemplo. Informou, também, os possíveis tratamentos para cada uma dessas condições.

Sobre tosse crônica, com duração maior do que quatro semanas, o especialista apontou para a possibilidade duas categorias: específica e não-específica. Apresentou, ainda, suas causas, sendo algumas delas, sinusite, bronquite bacteriana protraída e afins. Para finalizar, ressaltou, “É importante lembrar que a tosse é sempre um mecanismo de defesa”.

Na última palestrante da tarde, a dra. Renata Rodrigues apresentou o tema “Dificuldade alimentar na infância: manejo”. Segundo ela, a frase “meu filho não come” é a mais ouvida pelos pediatras e está relacionada tanto com questões emocionais, quanto físicas. “A alimentação depende de uma relação da criança com a comida, da família com a criança, de memórias de afeto, de estímulos e da cultura alimentar”, explicou.

Horários certos para as refeições, abertura para que as crianças escolham o que querem comer e o respeito por essas escolhas são fundamentais, de acordo com a médica. “Os primeiros anos de vida são fundamentais para que as crianças desenvolvam uma relação saudável com a comida”, disse. Envolver os filhos na compra e preparo dos alimentos, desenvolvimento sensorial, não substituir refeições, são exemplos orientações que podem e devem ser repassadas pelos pais.