A Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO) e a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) se uniram para lançar a campanha “Cuidar de Todas as Formas”, iniciativa que chama a atenção da sociedade para o índice de obesidade no Brasil. Uma das ações da campanha foi a elaboração de um manifesto, que conta com o apoio da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), e que reúne diversas outras sociedades e associações médicas em torno dos cuidados em relação à obesidade.
Atualmente, o excesso de peso acomete mais de 60% da população do Brasil, sendo que um em cada quatro brasileiros tem obesidade, que pode ser causada por fatores genéticos, neuroquímicos, ambientais e psicossociais. O manifesto destaca que “a estigmatização das pessoas com obesidade talvez seja uma das maiores dificuldades que elas experimentam, pois ocorre continuamente e em todos os ambientes, por meio de olhares, conselhos, negligência, injustiça salarial, entre muitas outras maneiras”. Este fator pode resultar em prejuízos ao bem-estar físico e mental do indivíduo e, ainda, em uma diminuição da busca por cuidados.
O documento ressalta a fisiopatologia complexa da obesidade, que vem associada a diversas outras complicações que afetam quase todos os sistemas do organismo. Por isso, todos os especialistas devem estar atentos aos potenciais problemas de saúde ligados ao excesso de peso. Nesse sentido, no manifesto as entidades pontuam questões relacionadas às suas áreas de atuação, inclusive, a SBP, que apresenta o artigo “O problema da obesidade na infância”.
OBESIDADE INFANTIL - O material foi elaborado pela presidente da SBP, dra. Luciana Rodrigues Silva, além dos pediatras: Virgínia Resende Silva Weffort e Crésio de Aragão Dantas Alves, respectivamente 3ª secretária da SBP e presidente do Departamento de Endocrinologia. Eles destacam que a obesidade infantil vem crescendo de forma acentuada em idades cada vez mais precoces, tornando-se um problema de saúde pública.
No artigo, são apresentados dados alarmantes, como os do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), de 2019, que mostram que 7,9% das crianças menores de 2 anos estão com sobrepeso ou obesidade; 6,5% das crianças de 2 a 4 anos; 13,2% com idade de 5 a 9 anos; e, entre os adolescentes, a prevalência de obesidade é cerca de 18%. Além disso, segundo o Atlas Mundial da Obesidade e a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil estará na 5º posição no ranking de países com o maior número de crianças e adolescentes com obesidade em 2030, com apenas 2% de chance de reverter essa situação, se nada for feito.
O texto salienta que a doença é crônica e “apresenta comprometimento psíquico-social e clínico na criança e no adolescente”. E, ainda, “acarreta constrangimento, dificuldades nas atividades físicas, comprometimento no aprendizado, ansiedade, depressão e isolamento social, além das repercussões clínicas, que corroboram para maior risco de doenças cardiovasculares e mortalidade precoce”.
O artigo ressalta que, por conta desses dados preocupantes, a obesidade infantil precisa ser entendida como um dos grandes desafios atuais. E para enfrentá-lo é essencial uma intervenção precoce, já que crianças com obesidade têm maior tendência a se tornar adultos com excesso de peso. Para tal, é preciso garantir uma alimentação saudável, evitando alimentos industrializados, gordurosos e doces, além de incentivar a atividade física. Também é fundamental o envolvimento dos pais ou responsáveis para manter, assim, a motivação das crianças.
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