Membro da SBP é única representante da América Latina em grupo de trabalho ligado à ONU

No último dia 25 de janeiro, a dra. Luci Yara Pfeiffer, secretária do Departamento Científico de Segurança da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), foi incluída como membro efetivo do “Focus Group on Families and New Technologies”, coordenado pela “International Federation for Family Development”. O grupo de trabalho focal é ligado ao Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da Organização das Nações Unidas (ONU), e a pediatra paranaense é a única representante da América Latina, ao lado de outros oito especialistas de diversos países e campos de atuação relacionados a famílias e novas tecnologias.

"Esse convite nos mostra a importância do pediatra ir além do seu consultório e de poder defender os direitos da criança e do adolescente de uma forma integral, com a experiência e ciência que somente nós temos. Assim, fiz como voluntária, em toda a minha carreira, que iniciou com atenção à prevenção das causas prevalentes das deficiências na infância, buscando as consequências da falta de estrutura dos berçários. Também destaco o trabalho na estruturação da Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente em Situação de Risco para Violência de Curitiba, e depois em outros municípios do Brasil. Destes trabalhos, nasceu a proposta do Programa DEDICA - Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, que criei e hoje coordeno, para prestar assistência interdisciplinar e intersetorial a vítimas de violências graves e gravíssimas, do mundo real e do mundo virtual. Nessa caminhada, tive a oportunidade de trabalhar e ter apoio de profissionais muito especiais e de desenvolver trabalhos em prol da saúde física e mental da infância e adolescência, como nos Departamentos de Segurança da Sociedade Paranaense de Pediatria (SPP), na qual sou presidente, e da SBP.  E, agora, o convite da IFFD me traz a oportunidade de aprender ainda mais, com um grupo de especialistas mundiais, e também de levar a eles o conhecimento conseguido nessa caminhada, sempre para o bem da infância e da adolescência", analisa dra. Luci.

Para debater a criação deste coletivo, ocorreu no último dia 21 de janeiro uma reunião virtual, com base em Genebra (Suíça), com o tema “View of experts on family policies on families and new Technologies”. Na ocasião, foram apresentadas propostas para a estruturação e definidas as diretrizes do grupo. A conversa, restrita a convidados, ocorreu baseada em um questionário com nove pontos, recebido previamente pelos membros. Eles tiveram a oportunidade de responder tópicos como o impacto das novas tecnologias nas famílias e a universalização da internet como um direito humano.

“Foi de extrema importância levar a realidade sobre as crianças e adolescentes brasileiras. A escuta dessas histórias me ensinou que precisamos encontrar essas vítimas e tratá-las o mais cedo possível, para que não sejam marcadas permanentemente pela violência. Esses danos, físicos, psíquicos ou sexuais, são praticados especialmente no âmbito familiar, mas também encontram espaço na internet. Por isso, participar deste grupo, ligado à ONU, pode ser um caminho de extrema relevância. É uma possibilidade não apenas de fazer do acesso à internet um direito humano, mas também de garantir a todos um ambiente virtual digno, ético e seguro”, afirma a pediatra.