Com objetivo de debater questões relacionadas à pandemia de COVID-19, a Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas (SMCC) realizou o 4ª Fórum de Pediatria na COVID-19, cujo tema foi “Problemas da infância e famílias na COVID-19”. Na oportunidade, dr. Jayme Murahovscki, gastroenterologista pediátrico e membro da Academia Brasileira de Pediatria (ABP), traçou um paralelo entre a pandemia da gripe espanhola e a atual situação no mundo, além de explicar um pouco sobre a doença causada pelo novo coronavírus.
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Conforme explicou dr. Murahovscki, é possível tirar lições dos precedentes, quando estudados a fundo. “Existem muitos aspectos que poderíamos falar sobre essa pandemia, mas um pequeno aspecto que me chama atenção é que ninguém previu. Ninguém previu porque não havia precedentes. Quando existem precedentes fica mais fácil. Todos os anos, na época do outono e começo do inverno, a gente sabe, baseado, nos precedentes dos anos anteriores, que haverá um surto de gripe. Mas será que não havia precedentes mesmo? Se fizermos um retorno na história, vamos verificar uma coisa que aconteceu há um século e que pode servir de precedente para o que está acontecendo hoje: a gripe espanhola”, ponderou dr. Jayme Murahovscki em sua fala de abertura.
A COVID-19 é uma doença infecciosa, causada por um vírus. É, principalmente, inflamatória, ou seja, possui um processo inflamatório em vários órgãos, em especial nas vias respiratórias. Nesse sentido, o pediatra pontuou algumas questões relacionadas à doença nas crianças: como e onde as crianças podem contrair a doença; recomendações de uso de máscaras a partir dos dois anos; quando se deve suspeitar que a criança está com a doença; qual o período de incubação da doença; se elas podem evoluir para a forma mais grave da doença; tempo de recuperação; e mais.
“Na fase que começam a aparecer os sintomas, geralmente há febre baixa, ou seja, abaixo dos 38 graus, acompanhada de tosse, que no começo parece um resfriado. Acontece que, com a evolução, a doença vai se agravando, aparece dor no corpo, dor de cabeça, dor de garganta, a criança sente fraqueza e, na fase pior, começa uma certa dificuldade para respirar”, relata.
Segundo ele, também existem sintomas digestivos, como vômitos, dor de barriga e diarréia acentuada. “Às vezes, podem aparecer só esses sintomas digestivos, mas o mais comum é ter eles associados aos sintomas respiratórios. Uma coisa que se acrescenta também é uma vermelhidão que aparece na pele”, explicou o médico.
CUIDADOS – Dr. Murahovscki também reforçou as recomendações das sociedades médicas sobre não existir, no momento, nenhum remédio que sirva para tratamento ou prevenção da doença. “O que temos que fazer é manter os cuidados: isolamento social, uso de máscara, lavagem das mãos, alimentação adequada e exercícios físicos moderados. Os adultos devem se cuidar e cuidar das crianças”, enfatizou.
Além do membro da ABP, também participaram da aula o dr. Roberto Teixeira Mendes – professor de Pediatria da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) –, que falou sobre a assistência pediátrica no Sistema Único de Saúde (SUS) durante a pandemia, além da redução da vacinação e a suspensão dos atendimentos de rotina. O dr. José Martins Filho, também é membro da ABP, foi o moderador da conversa.
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