Encerrando as atividades do 40º Congresso Brasileiro de Pediatria (CBP) – evento realizado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) em parceria com a Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Norte, em Natal (RN) – a mesa-redonda “Imunobiológicos na prática pediátrica”. A atividade foi moderada pela dra. Cristina Targa, presidente do Departamento Científico de Gastroenterologia da SBP.
Os imunobiológicos e as doenças inflamatórias intestinais foram abordados na conferência da presidente da SBP, dra. Luciana Rodrigues Silva. Ela explicou que as crianças são as que mais sofrem com as doenças gastrointestinais, pois estas muitas vezes vêm de formas mais graves e extensas, podendo impactar no crescimento e no desenvolvimento, interferindo inclusive na qualidade de vida dessas crianças. “É fundamental que todos estejam atentos a essas condições, porque ainda no nosso meio elas demoram a ter um diagnóstico, em média, entre um a três anos”, explicou.
Outro grande nome da pediatria brasileira que participou deste debate foi o dr. Clóvis Artur Almeida da Silva, que falou sobre as doenças reumatológicos. Segundo ele, a principal causa de artrite crônica na infância é a Artrite Idiopática Juvenil (AIJ) e sua principal característica é determinar limitações e deformidades. “Os medicamentos são fundamentais para controlar dor e atividade inflamatória, prevenir deformidades articulares e sequelas oculares, além de melhorar a qualidade de vida relacionada à saúde dos pacientes e de seus cuidadores”, explicou.
AIJ é a denominação escolhida pela Liga Internacional de Associações de Reumatologia (International League of Associations for Rheumatology - ILAR) para definir um grupo heterogêneo de doenças autoimunes caracterizadas pela presença de artrite crônica (artrite fixa em uma ou mais articulações com duração maior do que seis semanas), de origem desconhecida e que se inicia antes dos 16 anos de idade.
A AIJ é a doença reumática crônica mais comum em crianças e adolescentes. Até o momento, não existem estudos epidemiológicos no Brasil sobre a doença, mas estima-se que seja tão frequente quanto na Europa e Estados Unidos, onde os dados mostram uma incidência entre 2 a 20/100.000 casos/ano e prevalência em torno de 16 a 150/100.000.
Já o dr. Nelson Rosário Filho abordou a asma e doenças alérgicas. Durante sua explanação, ele também apresentou casos clínicos e tirou as dúvidas dos participantes. Segundo ele, as doenças alérgicas tiveram uma mudança radical na percepção das doenças crônicas graves que, até então, eram intratáveis. “Hoje, a perspectiva dos pacientes mudou completamente. A ciência avançou muito nos últimos anos e isso ajudou muito a mudar essa realidade”, explicou.
BALANÇO – Realizado de 3 a 7 de maio, em Natal (RN), o 40º Congresso Brasileiro de Pediatria mais uma vez se consolidou como o principal evento da pediatria brasileira. Após o retorno das atividades presenciais pós-pandemia de covid-19, o 40º CBP reuniu mais de 4 mil congressistas. Para a organização do evento, o balanço é positivo e demonstra o anseio dos pediatras brasileiros em busca do aprimoramento profissional e a troca de conhecimento científico.
“Estamos felizes com a volta dos eventos presenciais e não temos dúvida que este congresso foi mais uma vez um evento de sucesso da SBP. Nossa expectativa foi superada, pois tínhamos à frente o desafio de realizar um evento desse porte após a pandemia de covid-19, cujo cenário se mostrou favorável, neste momento, para a volta dos encontros presenciais”, declarou a diretora de Cursos e Eventos da SBP, dra. Lilian Sadeck.
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