Os desafios da pandemia de Covid-19 e o papel do pediatra no estímulo à imunização marcaram a abertura do 21º Congresso Brasileiro de Infectologia Pediátrica (Infectoped) e do 16º Simpósio Brasileiro de Vacinas on-line. Na última quinta-feira (4), a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Sociedade de Pediatria do Distrito Federal (SPDF) deram início às atividades dos eventos – que contaram com mais de mil inscritos – com o objetivo de informar e promover a atualização dos pediatras e demais profissionais da saúde.

“Para evoluirmos precisamos acompanhar as mudanças do mundo e vivermos em constante aprendizado. Além disso, o conhecimento só tem uma função verdadeira quando compartilhado. Por isso, a importância de um evento como este: unir profissionais altamente capacitados para discutir temas importantes para contribuir com o aprendizado e aplicação na prática clínica dos pediatras brasileiros”, afirmou a presidente da SPDF, dra. Renata Belém Pessoa de Melo Seixas, durante sua fala na abertura dos eventos.

Os feitos que o Programa Nacional de Imunizações (PNI) alcançou desde sua criação, em 1973, foram exaltados pela presidente do 16º Simpósio Brasileiro de Vacinas, dra. Cláudia França Cavalcante Valente, que pontuou também as dificuldades que ainda devem ser enfrentadas para a ampliação da cobertura vacinal no País.

“Infelizmente, o cenário que temos vivido é o da queda nos índices de vacinação, que tem acontecido desde 2015. Existem municípios brasileiros que a imunização para poliomielite está abaixo de 50% e isso alerta que nossas crianças estão em risco. Conclamamos a todos que nas nossas unidades estejamos sempre verificando os cartões de vacinação, em um esforço coletivo para estimular a imunização”, ressaltou. 

Em seguida, os desafios impostos pela pandemia de covid-19 na realização dos eventos foram destacados pela presidente do 21º Infectoped, dra. Sylvia Maria Leite Freire. A especialista explicou como o cenário exigiu uma análise e revisão criteriosa de informações, registros e conclusões para a idealização do evento e sua grade científica.

“Esse Congresso surge como uma grande oportunidade de retomada e discussão de temas aprendidos nos últimos anos. Muitas coisas mudaram ao longo de 2020, inclusive a modalidade de realização do Infectoped. No entanto, isso não alterou a qualidade e motivação que tínhamos para trocar informação e aprendermos juntos”, afirmou.

HOMENAGEM – Na oportunidade, o presidente do Departamento Científico (DC) de Infectologia da SBP, dr. Marco Aurélio Sáfadi, conduziu uma sessão de homenagens aos pediatras que empenharam sua trajetória profissional na contribuição para o avanço dos estudos e atividades relacionadas à infectologia pediátrica no Brasil.

Nos momentos finais da transmissão, os drs. Eitan Naaman Berezin, Maria Angela Wanderley Rocha, Analíria Moraes Pimentel – membros do DC de Infectologia da instituição – e Heloísa Helena de Souza Marques, que somou mais de 10 anos de atuação no Conselho Científico de Infectologia da SBP, tiveram sua atuação exaltada e comemorada.

PROGRAMAÇÃO – Após a sessão solene de abertura, ao longo do dia foram debatidos temas como “Transmissão do Sars-cov-2 em crianças no contexto do retorno escolar”; “Novidades no diagnóstico e tratamento das infecções congênitas por CMB, toxoplasmose e HSV”; “Arboviroses na infância: Dengue, Chikungunya e Zika”; “Manejo atual das infecções fúngicas em Pediatria”; “Poliomielite - situação atual e recomendações”; “Desenvolvimento de Vacinas”; entre outras mesas-redondas e conferências especiais sobre imunizações e infectopediatria.