Os benefícios de se alimentar as crianças única e exclusivamente com o leite materno foram apresentados na conferência conduzida pela presidente do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), dra. Elsa Giugliani, nesta quinta-feira (27), durante o 24º Congresso Brasileiro de Perinatologia, em Natal (RN). Na ocasião, ela apresentou as evidências científicas mais recentes sobre o assunto.
“As melhores práticas do recém-nascido prematuro é oferecer em primeiro lugar o leite materno cru. Não havendo esse leite, a segunda opção é o leite materno pasteurizado. Já a terceira opção seria o leite de um Banco de Leite Humano e, como última opção, a fórmula pré-termo”, explicou.
Segundo a especialista, os estudos apresentados demonstram que o ideal é que a criança receba o leite materno da sua própria mãe, preferencialmente cru, e que a lactante não tenha contato com nenhum produto originário do leite bovino, isto é, não só as fórmulas pré-termo, mas também o aditivo utilizado em crianças muito pré-termo.
“Hoje em dia existe um produto feito à base de leite humano disponível no mercado. No entanto, ele ainda tem um preço muito caro. Estão sendo desenvolvidas pesquisas na Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto, no interior paulista, no sentido de disponibilizar um produto para as crianças de muito baixo peso”, explica.
Na apresentação, dra. Elsa fez uma comparação entre o leite humano e a fórmula pré-termo, concluindo que as crianças que receberam o leite materno tiveram menor índice de mortalidade, menor risco de desenvolver enterecolite necrosante (ECN), menos dias de internação na UTI, menos dias no respirador, menor displasia broncopulmonar e menos retinoplatia da prematuridade.
“Importante destacar que essas crianças tiveram um desenvolvimento neurológico melhor. Existem vários estudos que comprovam isso”, complementa. Dra. Elsa apresentou ainda revisões sistemáticas e metanálises acerca do tema, revelando todos benefícios oferecidos às crianças prematuras, em longo e curto prazo, pelo leite materno exclusivo.
“O sistema imunológico, a maturidade intestinal acelerada, entre outros ganhos positivos, mostram que o ideal é dar somente o leite materno ao bebê, conforme recomendações internacionais. A mãe de um pré-termo produz um leite diferente de uma mãe de uma criança nascida a termo, isto é, com características próprias para alimentar seu filho pré-termo”, elucida.
Para a dra. Elsa, é preciso investir na qualificação dos profissionais para que tentem viabilizar o aleitamento materno exclusivo e estimular as mães para que elas efetivamente consigam amamentar. “Elas precisam ser apoiadas para iniciarem o processo da síntese do leite, mas isso requer um trabalho multiprofissional, que envolve os aspectos emocional e psicológico, que não podem ser negligenciados”, finaliza.
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