No Dia do Pediatra, SOPERJ quer chamar a atenção para o cuidado com nossas crianças

Amanhã, sexta-feira, 27 de julho, comemora-se o Dia do Pediatra. Nesta data, a Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro (SOPERJ) quer chamar a atenção da sociedade e dos gestores em saúde para os problemas que envolvem nossas crianças e adolescentes, comprometendo a sua assistência. Informações recentes dão conta do aumento da mortalidade infantil, além do retorno de doenças e agravos até então controlados, que contribuem para piora dos indicadores relacionados à saúde destas faixas etárias no País.

É fato que toda criança deve ser acompanhada até mesmo antes de seu nascimento, assegurando cuidados integrais e especiais para sua saúde. O pediatra é o profissional que está atento às relações da criança com a família e ao ambiente onde ela cresce e se desenvolve, colaborando para o seu bem-estar global. E é exatamente este assunto que será o tema central do maior evento de pediatria do Estado: o CONSOPERJ (Congresso de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro), que acontecerá no próximo mês de outubro, uma oportunidade para reflexão ampliada sobre o cuidado integral à saúde nestas faixas etárias.

A SOPERJ alerta para o alto preço social e econômico a se pagar, quando se deixa de promover o desenvolvimento saudável de crianças e adolescentes. A boa relação médico-paciente é um dos pilares para o cuidado adequado e pode influenciar no estado de saúde da população. Isso requer um maior tempo de consulta, estrutura adequada dos serviços, trabalho em equipe e um bom funcionamento do sistema de saúde. O SUS é um sistema de saúde que pretende oferecer atendimento integral e resolutivo, um avanço histórico para a saúde no Brasil, mas que tem recebido pouca atenção e financiamento insuficiente. A vice-presidente da SOPERJ, dra Anna Tereza Miranda Soares de Moura, acrescenta que “o atendimento em pediatria é ainda mais especial, exigindo muita atenção, comunicação clara e objetiva, sinceridade quanto ao diagnóstico e um desempenho afetivo, que só se constrói através de linhas de cuidado bem desenvolvidas e compartilhadas”.

As condições de saúde da população são influenciadas por diversos fatores e condicionantes, como a alimentação, condições de moradia, saneamento básico, trabalho, meio ambiente, educação, transporte, lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais. “Na crise atual vivida no Brasil, existe carência em todos estes setores, trazendo maior vulnerabilidade e insatisfação da população, que podem culminar em agressões aos profissionais de saúde que estão na linha de frente da assistência. Atualmente, pode-se perceber desrespeito e um desgaste compreensível e indesejado nas relações interprofissionais”, afirma a vice-presidente da SOPERJ.

Segundo a Constituição, é dever do Estado garantir a saúde e executar políticas econômicas e sociais que visem à redução de doenças e de outros agravos. Diversas ações foram desenvolvidas com participação ativa dos pediatras para o alcance daquilo que hoje se define como saúde. Entre elas estão a atenção neonatal, o estímulo ao aleitamento materno, o controle do crescimento e do desenvolvimento, as imunizações, a prevenção de acidentes e violência, entre outros aspectos inseridos em políticas públicas intersetoriais, que demandam uma visão ampliada da saúde das crianças e dos adolescentes.

Para a dra. Anna Tereza, apesar dos avanços obtidos através destas normativas e recomendações, os desafios são muitos, principalmente diante da crise econômica e ética vivenciada atualmente em nossa sociedade. “Os indicadores de saúde da população expressam a organização social e econômica de um País e o Brasil precisa refletir sobre o que pode esperar para o futuro de suas crianças e adolescentes, diariamente destituídas de seus direitos e proteção. Neste Dia do Pediatra a SOPERJ faz um alerta para que todos fiquem atentos aos rumos que a sociedade está escolhendo seguir, em especial aos que irão comandar setores essenciais para que a população viva de forma plena e saudável. Em especial nossas crianças e adolescentes, razão primeira da prática pediátrica por excelência”, conclui a vice-presidente.