O cuidado vai além da cura física; envolve o bem-estar emocional, espiritual e social dos pacientes e suas famílias. É o que destaca o novo documento lançado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), em prol do Dia Mundial de Cuidados Paliativos, celebrado em 14 de outubro. Sob o título de “Comunidades Compassivas e Cuidados Paliativos: Promovendo o Cuidado e o Apoio em Tempos Difíceis”, a publicação desenvolvida pelo Departamento Científico de Medicina da Dor e Cuidados Paliativos da entidade conscientiza e mobiliza o apoio aos cuidados paliativos pelas comunidades e governos e destaca o papel da compaixão.
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Neste ano, o dia alusivo segue o tema “Comunidades Compassivas: Juntos pelos Cuidados Paliativos”. De acordo com a publicação, a temática busca enfatizar o aprendizado e expansão do sentimento de compaixão nas comunidades, propiciando um ambiente para a aplicação dos cuidados paliativos, com suporte vital não apenas aos pacientes, mas também às suas famílias e entes queridos.
“O conceito de compaixão abrange não somente uma sensação de simpatia ou cuidado com a pessoa que sofre, mas é também uma determinação prática e contínua em fazer tudo o que for possível e necessário para aliviar seus sofrimentos. O sentimento de compaixão torna-se uma força motriz em prol do alívio do sofrimento humano dentro daquela comunidade”, ressaltam os especialistas.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 60 milhões de adultos e crianças necessitam de serviços de cuidados paliativos, porém apenas cerca de 2% conseguem recebê-los. Nesse contexto marcado por desafios e adversidades, os especialistas enfatizam que as comunidades compassivas e os cuidados paliativos emergem como uma aliança poderosa. No documento, é pontuado como a população, junto às entidades públicas e privadas, podem criar uma rede de autocuidado comunitário contínuo.
Dessa forma, é possível complementar os serviços de cuidados paliativos existentes, tendo como objetivos: acompanhar pessoas que estejam em situação de vulnerabilidade social que sofrem com condições crônicas ou com diagnósticos de doenças que ameacem a continuidade da vida; e incorporar os Cuidados Paliativos de forma precoce, englobando não apenas os familiares e serviços de saúde, mas também a comunidade.
A publicação ressalta ainda a necessidade de capacitar cuidadores em cuidados paliativos dentro das comunidades; estimular a promoção de boa saúde física, social, psicológica e espiritual, mediante ações que envolvam a coletividade; trabalhar para o fortalecimento dos laços comunitários; entre outros.
“Essa aliança não apenas melhora a jornada dos pacientes durante momentos desafiadores, mas também enriquece o tecido social das comunidades. Ao abraçar a compaixão como uma força motriz, essas comunidades oferecem não apenas cuidados físicos, mas também a esperança necessária para enfrentar momentos difíceis da vida e sua jornada final com dignidade e amor”, afirmam.
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