Nutrir as crianças e adolescentes de cultura e memória afetiva é propiciar algo que nunca poderá ser retirado delas. Com esse ideal em mente, o presidente do Departamento Científico de Saúde Escolar da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), dr. Abelardo Bastos Pinto Júnior, coordena um projeto para levar aulas de música para escolas públicas da cidade do Rio de Janeiro.
O projeto – apoiado pela SBP e Sociedade de Pediatria do Estado (Soperj) – visa suprir uma demanda latente de cultura, de forma a ajudar a diminuir a desigualdade, possibilitar novos conhecimentos, aptidões e descobertas e, também, ser um instrumento de paz, atividade física e gosto pelas artes.
A primeira ação ocorreu na Escola Municipal Eurico Vilela, no bairro de Del Castilho, na zona norte do Rio de Janeiro, com o apoio da diretora Elaine Toledo; do professor de música André Amaral; e da professora de Educação Física Sônia Vasquez. Além do dr. Abelardo Bastos, toda a ação contou ainda com o auxílio de outros membros do Departamento de Saúde Escolar da SBP, dr. Joel Bressa da Cunha e dr. Paulo César Mattos.
Com uma longa experiência e participação em projetos escolares voluntários na rede municipal do Rio de Janeiro, incluindo ações sociais na Rocinha, Vidigal e São Conrado, na zona sul da capital, o dr. Abelardo Bastos, que também já foi pediatra da Secretaria Municipal de Saúde da cidade, viu na atual gestão da SBP a possibilidade de pôr em prática a ideia.
“Como observei no presidente da SBP, dr. Clóvis Francisco Constantino, a afinidade com a música – pois é também pianista –, entendi que seria uma oportunidade perdida não tentar em sua gestão realizar alguma ação nesse sentido. E ainda sonho mais alto: criar, a exemplo dos países europeus, um evento anual de música da infância e adolescência que estimule essa prática”, ressalta.
Para o especialista, a música nas escolas tem papel de aplicação bem amplo com viés no conhecimento de diversas modalidades, como: leitura e interpretação; pensamento crítico; visão múltipla; expressão corporal; atividade física; correção postural; prevenção da obesidade; alimentação saudável e doenças crônicas do futuro; descoberta de novos talentos e preferências; saúde mental; criatividade; disciplina; prevenção de bullying; e adaptação aos fenômenos sociais atualizados e sua linguagem.
“Compor, improvisar e interpretar são desdobramentos de quem aprecia música. Quem sabe não semeamos, a partir da SBP, um incentivo a uma prática pedagógica e cognitiva cujo efeito colateral é a expressão da nossa cultura, aproximação dos seus pares e diminuindo a desigualdade”, pontua.
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