Nota da SBP comenta manifestações cutâneas da Covid-19 em crianças

Apesar da Covid-19 não ser caracterizada por alterações dermatotrópicas, existem relatos de pacientes com a doença que apresentam manifestações cutâneas. Para orientar os pediatras e demais profissionais de saúde a respeito desse tema, o Departamento Científico de Dermatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) elaborou uma nota de alerta com ênfase no atendimento de crianças e adolescentes.

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De acordo com o documento, algumas doenças dermatológicas podem apresentar piora dos sintomas cutâneos em pacientes com a Covid-19, fato observado também quando há associação com outras doenças infecciosas, não sendo um dado específico do novo coronavírus. Levando em consideração ainda, que muitas doenças cutâneas podem ser desencadeadas por estresse emocional, este fator também pode contribuir para piora de doenças dermatológicas preexistentes.

No entanto, conforme ressalta a publicação, uma série de casos e um relato pediátrico indicam uma manifestação clínica que parece específica da Covid-19, em que são verificadas lesões difusas, em exantema pápulo-vesicular semelhante à varicela. Desta forma, é recomendado aos pediatras que, durante a pandemia, estejam atentos a ferimentos dessa categoria, com pouco prurido e sem acometimento de mucosas.

Além disso, há descrições internacionais pontuais de pacientes com Covid-19 suspeita ou confirmada que apresentaram outras manifestações cutâneas associadas à doença, entre elas, lesões urticariformes, rash petequial, lesões discretamente pruriginosas, pápulas eritêmato-purpúricas, moteamento da pele, lesões isquêmicas acrais e mais.

A nota de alerta da SBP traz também recomendações para o tratamento de pacientes com dermatite atópica (DA) durante a pandemia. O texto esclarece dúvidas sobre o uso de drogas imunomoduladoras; possíveis interações da DA e das terapias com a Covid-19; indicação de interrupção da terapia sistêmica; entre outras.

“Neste momento de tantas incertezas, é de extrema importância que crianças e adolescentes com DA mantenham a rotina do tratamento, intensificando os cuidados com os fatores de risco e a hidratação da pele”, destaca o documento. A publicação reforça ainda as orientações da Society for Pediatric Dermatology, dos Estados Unidos, a respeito da abordagem de recém-nascidos e lactentes com hemangioma no período de pandemia.

As recomendações consistem em: utilização da telemedicina, promovendo o acompanhamento e condução da doença à distância para pacientes que já atestaram normalidade em exame físico prévio; ou avaliação presencial para pacientes com características de maior risco, como idade gestacional corrigida menor ou igual a 35 semanas, pouco ganho de peso, doença pulmonar conhecida, investigação cardiovascular anormal, hipoglicemia persistente e vários outros.

Mais informações atualizadas sobre o impacto da COVID-19 em pediatria estão disponíveis na página: https://www.sbp.com.br/especiais/covid-19/