A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Programa Nacional de Imunizações (PNI) recomendarem recentemente a interrupção temporária da vacinação com contra a covid-19 com a vacina AstraZeneca/Fiocruz em gestantes e puérperas sem comorbidades por conta dos registros de efeitos adversos desta vacina, especialmente a Síndrome de Trombose com Trombocitopenia (TTS). Por isso, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), em parceria com a Associação Médica Brasileira (AMB), a Federação Brasileira de Ginecologia (Febrasgo) e a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) publicou uma nota técnica sobre o tema.
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As entidades reforçam que a covid-19 em gestantes está associada a risco elevado de morbidade e mortalidade materna, além do maior risco de prematuridade e óbito fetal. Nesse sentido, em consonância com o PNI e a Anvisa, as entidades recomendam, neste momento, a suspensão temporária do uso da vacina AstraZeneca/Fiocruz em gestantes e puérperas. Além disso, aconselham também a interrupção da vacinação das gestantes e puérperas, sem comorbidades ou fatores de risco para infecção determinados no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação Contra a Covid-19, com qualquer vacina.
Segundo as instituições, deve-se continuar a vacinação das gestantes com comorbidades ou pertencentes a outros grupos prioritários (trabalhadoras da saúde ou de outros serviços essenciais por exemplo), com as outras vacinas disponíveis no país que não utilizam vetores virais tais como a Coronavac e Pfizer.
“A Febrasgo, a SBIm, a SBP e a AMB entendem que, nessas situações, o uso de vacinas covid-19 em gestantes com comorbidades ou pertencentes a outros grupos prioritários, deve ocorrer após indicação médica, pesando para a decisão a avaliação do risco/benefício caso a caso, considerando o risco da infecção pelo SARS-CoV2, de quadros graves e óbitos por covid-19 e os eventuais riscos de eventos adversos relacionados a essas vacinas”, explica a nota.
Já em relação às gestantes e puérperas, incluindo as sem fatores de risco adicionais, que já receberam a primeira dose da vacina da AstraZeneca/Fiocruz, deverão aguardar o término do período da gestação e puerpério (até 45 dias pós-parto) para a administração da segunda dose da vacina. As gestantes e puérperas (incluindo as sem fatores de risco adicionais) que já tenham recebido a primeira dose de outra vacina COVID-19 que não contenha vetor viral (Sinovac/Butantan ou Pfizer) deverão completar o esquema com a mesma vacina nos intervalos habituais.
Por fim, o documento reforça que aquelas que receberam doses da vacina AstraZeneca/Fiocruz, devem ser orientadas a procurar atendimento médico imediato se apresentar um dos seguintes sintomas entre o quarto e o 28º dias seguintes à vacinação: falta de ar; dor no peito; inchaço em perna; dor abdominal persistente; sintomas neurológicos, como dor de cabeça persistente e de forte intensidade, visão borrada, dificuldade na fala ou sonolência; e pequenas manchas avermelhadas na pele, além do local em que foi aplicada a vacina.
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