Apesar da imunização ser um dos meios mais eficazes de combate às doenças infecciosas, a vacinação dos recém-nascidos prematuros (RNPT) é relegada a um segundo plano, devido aos agravos que esses bebês apresentam durante o período de hospitalização. As taxas de atraso vacinal variam de 30% a 70%, com tempo médio de atraso de 6 a 40 semanas para as diferentes vacinas. Para a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), este dado é preocupante, principalmente por ocorrer em uma população de elevado risco para contrair doenças imunopreveníveis.
Ciente deste cenário, a SBP – por meio do Departamento Científico de Imunizações – publicou o “Calendário de Vacinação do Prematuro”. No documento, os pediatras preconizam e enfatizam a vacinação adequada e oportuna deste público, com orientações sobre imunidade do prematuro; vacinação na Unidade Neonatal; eventos adversos pós-vacinação (EAPV) no prematuro; e proteção indireta.
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De acordo com a publicação, no Brasil há uma elevada incidência de partos prematuros e, com a pandemia da Covid-19, os especialistas evidenciaram maiores índices de partos prematuros em gestantes infectadas comparadas às não infectadas. Aliado a isso, os atrasos no início da vacinação são comuns, além da baixa adesão ao esquema vacinal em função da resistência dos pais e dos próprios profissionais da saúde que desconhecem os benefícios e temem a ocorrência de eventos adversos associados às vacinas.
Com o objetivo de promover a proteção e saúde das crianças, os pediatras esclarecem que a vacinação em grupos mais vulneráveis, como no caso dos RNPT, colabora com a redução da morbimortalidade nos países em desenvolvimento. Em seguida, os autores pontuam que alguns fatores devem ser considerados para a aplicação de vacinas em prematuros, especialmente de extremo baixo peso, como a condição clínica do paciente; local de aplicação; doses e intervalos; e o calendário proposto para RNPT.
Eles destacam ainda que o profissional de saúde deve informar aos familiares sobre a importância e os benefícios da imunização, os potenciais efeitos adversos, eficácia e a necessidade de doses de reforço. Também é necessário orientar os pais sobre a importância de manterem seu próprio calendário vacinal atualizado e de verificarem a vacinação de outros membros da família (irmãos, avós) e cuidadores, para evitar que eles possam transmitir doenças como influenza, coqueluche, sarampo, varicela e covid-19 ao RN1.
Para prevenir doenças em pacientes RNPT, os especialistas ressaltam que outras medidas devem ser tomadas. Segundo o documento, são fatores de diminuição de risco de aquisição de doenças respiratórias em prematuros: o aleitamento materno; a não exposição ao tabaco; retardo no início de frequência a escolas e creches; e a vacinação em dia.
O Departamento Científico de Imunizações da SBP é presidido pelo dr. Renato Kfouri e composto pelos pediatras: Tânia Cristina Petraglia; Eduardo Jorge da Fonseca Lima; Helena Keico Sato; Heloisa Ihle Giamberardino; Solange Dourado de Andrade; Sônia Maria de Faria; Ricardo Queiroz Gurgel; e Maria do Socorro Ferreira Martins.
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