O Departamento Científico de Medicina da Dor e Cuidados Paliativos da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) lançou novo documento científico sobre “Transição do Paciente Pediátrico em Cuidados Paliativos para o Ambulatório de Adultos”. O material é essencial no contexto atual, no qual os avanços médicos levaram ao aumento da prevalência de crianças com complexidades médicas que necessitam de cuidados paliativos, já que tem havido um acréscimo na sua expectativa de vida.

A publicação determina que para aquelas que chegam à adolescência, juventude e idade adulta, há necessidade de prover a transição do atendimento médico pediátrico para o adulto. A expectativa da SBP é de que o documento traga uma atualização necessária aos pediatras sobre o acompanhamento diferenciado à saúde integral na transição, ainda que o especialista envolvido nesse processo não seja especializado em Medicina do Adolescente.

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O número anual de crianças de até 19 anos, incluindo recém-nascidos, com probabilidade de necessitar de acesso a serviços de cuidados paliativos no Reino Unido, por exemplo, é estimado em 23.500 (ou seja, 16 por 10 mil habitantes). Estima-se que 5.800 crianças e neonatos (com idade de zero a 19 anos) morrem todos os anos na Inglaterra. Destes, 3.900 necessitarão de cuidados paliativos e 2.100 são neonatos. Outros 10.400 jovens adultos com idades entre 20 e 39 anos, muitos dos quais terão sido diagnosticados com uma condição que limita a vida na infância, morrem por ano com condições que limitam a vida. Desses, 4.200 jovens adultos provavelmente necessitaram de cuidados paliativos.

A publicação ressalta que, para adolescentes e adultos jovens, os domínios dos cuidados paliativos tornam-se mais complexos com a adição das questões jurídicas e de desenvolvimento, o que torna a comunicação com o paciente, a família e a equipe multidisciplinar, um dos pilares de qualidade no atendimento. O tema é relevante, especialmente, porque adolescentes e adultos jovens em cuidados paliativos constituem um grupo distinto com necessidades físicas, emocionais, psicológicas e sociais, que são significativamente diferentes daquelas do grupo de crianças ou de adultos maduros.

O Departamento Científico de Medicina da Dor e Cuidados Paliativos é composto pelos drs. Simone Brasil de Oliveira Iglesias; Silvia Maria de Macedo Barbosa; Beatriz Elizabeth Bagatin Veleda Bermudez; Esther Angélica Luiz Ferreira; Lara de Araújo Torreão; Ivete Zobol; Mariana Bohns Michalowski; Neulânio Francisco de Oliveira; Poliana Cristina Carmona Molinari; e Úrsula Bueno do Prado Guirro.