Abrindo as comemorações da 27ª Semana Mundial de Aleitamento Materno (SMAM 2018) e do Agosto Dourado, mês da amamentação no Brasil, o Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria (DCAM) divulgou nesta quarta-feira (1º) o documento científico “Aleitamento materno: a base da vida”.
O artigo, que faz referência ao tema deste ano definido pela Aliança Mundial para Ação em Amamentação (WABA, sigla em inglês), tem como objetivo chamar a atenção para a importância vital da amamentação como base para a saúde humana.
De acordo com o Departamento, é preciso oferecer à criança, desde o início de sua vida, a melhor alimentação possível, que é o leite materno, proporcionando melhor saúde física e mental ao longo da vida, e, assim, contribuir para uma estrutura inicial fortalecida.
“É nesse contexto que este documento foi idealizado. O conteúdo está organizado em duas seções, que abordam as evidências dos efeitos positivos da amamentação na saúde física e mental. Uma terceira seção discute a amamentação como redutora da pobreza e promotora da equidade, haja vista a ênfase que a WABA dá ao papel fundamental do aleitamento materno na nutrição, segurança alimentar e redução da pobreza ao tratar do tema da SMAM 2018”, destaca o documento.
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EFEITOS POSITIVOS – As evidências dos efeitos positivos da amamentação na saúde ao longo da vida foram recentemente publicadas em um artigo da série do Lancet dedicado ao aleitamento materno. O documento da SBP apresenta uma síntese do conteúdo do artigo, bem como de alguns artigos que o subsidiaram ou que foram publicados posteriormente.
Entre os efeitos benéficos em curto prazo estão o controle da mortalidade e da morbidade. Em longo prazo, estão a redução do sobrepeso e obesidade, proteção contra o diabetes (tipos 1 e 2), leucemia e o aumento nos níveis de inteligência.
SAÚDE MENTAL – Alguns autores avaliaram dados de coorte australiana que selecionou 2.900 mulheres grávidas e as seguiu junto com seus filhos por 14 anos com o objetivo de determinar os efeitos em longo prazo da amamentação exclusiva por seis meses e complementada além dos dois anos de idade sobre a saúde mental de crianças e adolescentes.
Esses autores avaliaram a saúde mental por meio da Lista de Comportamento Infantil CBCL (Child Behavior Checklist), buscando problemas de internalização (isolamento, depressão, ansiedade, somatização) e externalização (comportamento violento ou agressivo) aos dois, seis, oito, dez e 14 anos. Foi constatado que a amamentação por seis meses ou mais estava associada com menor frequência de problemas de internalização e externalização na infância e na adolescência.
“Várias evidências científicas permitem afirmar que amamentar é mais que nutrir a criança. É um processo que envolve interação profunda entre mãe e filho, com repercussões no seu estado nutricional e aquisição de habilidades baseadas em sua fisiologia e no seu desenvolvimento cognitivo e emocional. Isso tem implicações importantes em termos de políticas públicas, pois sugerem fortemente que o investimento na promoção do aleitamento materno poderá resultar não apenas em melhoria da saúde física, mas também na promoção de melhores resultados intelectuais e psicoemocionais”, afirmam os especialistas.
OBJETIVOS DO MILÊNIO – A amamentação, de uma maneira ou de outra, também colabora para o alcance de cada uma das 17 metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. A amamentação é um dos poucos comportamentos positivos em saúde mais prevalentes nos países de baixa e média renda do que nos países de alta renda. Na ausência da amamentação a desigualdade em saúde, sobretudo na mortalidade infantil, seria ainda maior.
“É fundamental que todos tenham consciência do importante papel que podem desempenhar para garantir o crescimento, desenvolvimento e sobrevivência de todas as crianças ao redor do mundo. Promovendo o aleitamento materno exclusivo por seis meses e continuado até os dois anos ou mais, todos estarão não só exercendo esse papel como protegendo as crianças por toda a vida e contribuindo para um mundo com menos desigualdades”, finalizam os especialistas.
O DCAM-SBP é composto pelas dras. Elsa Regina Justo Giugliani; Graciete Oliveira Vieira; Carmen Lúcia Leal Ferreira Elias; Claudete Teixeira Krause Closs; Roberto Mário da Silveira Issler; Rosa Maria Negri Rodrigues Alves; Rossiclei de Souza Pinheiro; Vilneide Maria Santos Braga Diégues Serva e Yechiel Moises Chencinski.
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