Novo episódio do Famílias em Pauta aborda os riscos sobre a exposição de fotos de crianças na internet

Postar fotos do dia a dia dos filhos nas redes sociais tem se tornado uma prática cada vez mais comum entre as famílias. Esse é um fenômeno antigo, que teve início nos anos de 1920 com as estrelas mirins em Hollywood, e, atualmente, se fortaleceu a partir do crescimento das redes sociais. Essa tendência recebeu o nome de sharenting e é uma junção dos termos em inglês “share”, que significa dividir, compartilhar, e “parenting”, em português, parentalidade. O assunto é abordado no novo episódio do programa Famílias em Pauta, vinculado ao projeto “Pediatria para Famílias” da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), e que já está no ar.

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Abrindo o debate, a presidente do Departamento Científico de Pediatria do Desenvolvimento e Comportamento da SBP, dra. Liubiana Arantes de Araújo, destacou a importância de os pais e responsáveis atualizarem os modelos anteriores de educação. Segundo ela, é preciso que os pais compreendam quais são os benefícios, as regras e os riscos, uma vez que as consequências podem ser graves.

“Estamos educando nativos digitais. A neurociência traz novos conhecimentos sobre as consequências negativas quanto ao uso inadequado das redes sociais, das telas e das novas tecnologias, e aponta a urgente necessidade de um aprendizado e adaptação para que sejam aplicados na educação das crianças e dos adolescentes”, comentou.

A coordenadora do Grupo de Trabalho em Saúde Digital, dra. Evelyn Eisenstein, destacou os riscos que as crianças correm quando expostas em fotos e vídeos na internet e salientou a necessidade de os pais mediarem e ensinarem os filhos sobre a segurança e a privacidade nas telas. “Tanto a criança quanto o adolescente não imagina quem está do outro lado da tela. Geralmente, são aliciadores, que fazem essas imagens percorrerem as redes de pornografia e pedofilia espalhada no mundo em até 72 horas”, alertou.

Enfático, o coordenador do Grupo de Trabalho em Saúde Mental da SBP, dr. Roberto Santoro, defendeu que crianças não tenham perfis em redes sociais. Ele destacou uma lei dos Estados Unidos que só permite a criação de perfis em redes sociais a partir dos 13 anos. “Infelizmente, no Brasil não temos controle sobre isso. As crianças não têm perfis cognitivo e emocional suficientes para lidar com a exposição pública e suas consequências. É preciso que os pais façam a supervisão do uso de telas das crianças e adolescentes”, observou.

No bate-papo, os especialistas também falaram sobre os haters (usuários de redes sociais que fazem ataque aos perfis) e como os pais devem orientar seus filhos sobre esses ataques; as consequências emocionais sobre as crianças que se tornam celebridades; a importância do limite quanto ao uso de telas; a mercantilização das crianças; entre outras questões.

PROGRAMAS ANTERIORES – Com cinco edições no ar, o Famílias em Pauta já debateu outros temas relevantes: retorno seguro às aulas durante a pandemia de covid-19; os benefícios do aleitamento materno; prática de atividades físicas pelas crianças e adolescentes; e a importância de toda criança ser atendida por um pediatra na Atenção Primária à Saúde. Todos os episódios podem ser assistidos aqui. Além do acesso gratuito aos programas, os pais e/ou cuidadores podem enviar suas dúvidas sobre cada um dos temas abordados nas edições através do e-mail [email protected].