Novo formato do XI Congresso Gaúcho de Pediatria é aprovado pelos participantes

A Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS) comemorou a realização do XI Congresso Gaúcho de Atualização em Pediatria, que reuniu mais de mil pediatras entre os dias 16 e 19 de maio, em Porto Alegre (RS). Com uma programação voltada aos temas atuais e presentes no cotidiano do consultório pediátrico, o evento levou ao debate entre especialistas temas como febre amarela, Influenza, fibrose cística, alergia alimentar, teste do pezinho, otites e pneumonias, infecções respiratórias, trauma cranioencefálico, uso do hormônio do crescimento, choque séptico, autismo, entre outros.

O presidente do XI Congresso Gaúcho, dr. Sérgio Amantéa, destacou que esta edição do evento privilegiou os espaços para interação dos congressistas. “Fizemos questão que em todas as atividades houvesse um momento reservado para a discussão. Se a pessoa se dispôs a tirar um tempo de atividade profissional para participar do congresso, achamos justo que tivesse a oportunidade de participar da troca de ideias”, salientou.

A presidente da SPRS, dra. Cristina Targa Ferreira, comunicou na abertura do Congresso que, em 2019, o Rio Grande do Sul terá a honra de sediar o 39° Congresso Brasileiro de Pediatria, de 9 a 12 de outubro, convidando os associados da SPRS a colaborar com a organização do evento. A presidência do encontro brasileiro em Porto Alegre ficará a cargo da profª. Themis Reverbel da Silveira, que no encerramento do encontro da SPRS reiterou o convite para a mobilização de todos os pediatras gaúchos por um “Brasileirão de Pediatria memorável em 2019”.

NOVIDADES – A interação também foi estimulada com a criação de um aplicativo para smartphones (App), por meio do qual os congressistas tiveram acesso à programação científica e informações gerais, e também puderam enviar perguntas para os palestrantes em algumas atividades do evento.

A edição 2018 do Congresso Gaúcho também trouxe como novidade duas palestras especiais, abordando temas não diretamente ligados à Pediatra, mas que encantaram o público. A primeira palestra foi de Ricardo Cappra, cientista de dados brasileiro que tem no currículo serviços prestados para o Google e o Governo Obama. Cappra fez uma projeção do impacto da tecnologia no futuro da sociedade e da Medicina abordando o tema “Big Data e Algoritmos de Decisão: como eles podem transformar a Saúde?”.

Já a médica especialista em Medicina de Áreas Remotas, dra. Karina Oliani (SP), relatou sua experiência na escalada no topo do mundo, o Everest. Além de médica, ela é praticante de esportes radicais, piloto de helicóptero e mergulhadora, e tem ganhado destaque por suas aventuras registradas em vídeos no programa Fantástico e em canais de TV a cabo.

INFLUENZA – Outro destaque da programação foi a palestra do presidente do Departamento Científico de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), dr. Marco Aurélio Sáfadi, que abordou o tema “Influenza em 2018: tempestade no horizonte?”.  Mesmo sendo difícil antecipar o quadro da circulação do vírus no Brasil comparado às consequências ocorridas no Hemisfério Norte, o dr. Sáfadi apontou para um cenário otimista.

“Nem sempre o que ocorreu lá pode acontecer aqui, pois o vírus tem uma grande capacidade de mutação. Muitas vezes, quando chega, ele já sofreu alterações que podem deixá-lo mais agressivo, ou ao contrário. Nesse ano, a América do Norte e a Europa tiveram um predomínio do tipo H3N2 e a vacina aplicada lá funcionou de maneira limitada, não exercendo a proteção adequada sobre o vírus”, comentou.

Segundo o dr. Sáfadi, a boa notícia é que o Brasil fez uma adaptação para comportar um H3N2 mais próximo do que está circulando. “Ainda não tivemos a oportunidade de avaliar, pois com o atraso do frio, ainda há poucas incidências de gripe, mas, de acordo com os dados divulgados recentemente pelo Ministério da Saúde, observamos a circulação de três tipos, H1N1, H3N2 e B, de forma semelhante, ao contrário do que ocorreu no Hemisfério Norte”, explicou.