Convocados pelo Comitê de Ensino da Sociedade de Pediatria do Rio de Janeiro (Soperj), representantes dos programas de Residência do estado se reuniram com a diretoria da SBP, na última sexta-feira, dia 19, na capital, para discutir a formação em três anos. Segundo o dr. Silvio Carvalho, presidente do Comitê, pela manhã houve o encontro regular do grupo, que vem tratando das questões a serem enfrentadas, como o oferecimento dos cursos obrigatórios exigidos pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM). À tarde, com a presença dos drs. Eduardo Vaz, Marilene Crispino, Gil Simões, Sandra Grisi e Dioclécio Campos Jr., a SBP esclareceu as dúvidas sobre o processo que resultou nas recentes mudanças.
“A atualização do conteúdo da Residência em Pediatria, com a inclusão das mais recentes descobertas da ciência, é uma reivindicação que a Sociedade vinha apresentando há mais de 10 anos e integra o esforço da entidade pela valorização da profissão. Foi atendida pela CNRM no ano passado, quando aprovada a ampliação do tempo de treinamento para três anos, conforme proposta do Conselho Superior de Recife, realizado em 2006”, assinalou o presidente da SBP. Dr. Eduardo lembrou também que a duração da Residência em Pediatria é de três anos na maioria dos demais países, sendo até maior que isso que em alguns, como na Argentina. “Estávamos defasados”, disse.
O presidente historiou também sobre o convite para que a SBP participe do Consórcio Global de Educação Pediátrica (GPEC, a sigla em inglês) – aliança formada por 20 instituições nacionais e regionais que representam mais de 50 países, como China, Japão, Estados Unidos, Alemanha. Representante da SBP no Consórcio, dr. Dioclécio Campos Jr. relembrou sobre a elaboração do currículo básico mundial da especialidade, cuja implantação foi decidida pelas sociedades do Cone Sul e já está ocorrendo no Brasil, juntamente com a residência de três anos, bem como também em um serviço da Argentina e em outro do Paraguai. Acrescentou que em reunião realizada no final de agosto em Milão, o GPEC resolveu que, para subsidiar a implantação do novo currículo, constituirá um escritório na América Latina, que será sediado no da SBP em Brasília. Dr. Dioclécio foi também eleito para diretoria executiva do GPEC.
Sobre os programas brasileiros que já adotarão a residência de três anos e o novo currículo, dra. Sandra Grisi, que representou a SBP na última plenária da CNRM, ocorrida em agosto, em Brasília, informou que, além dos cinco onde o processo começou este ano – Universidade de Brasília (DF), Universidade de São Paulo (SP), Hospital Pequeno Príncipe (PR), Hospital dos Servidores (RJ), Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP/ PE) – foram autorizados para início em 2016 a Universidade Federal de Minas Gerais (MG), o Hospital Infantil Albert Sabin (CE), o Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (SC), o Hospital Infantil Joana de Gusmão (SC), a Faculdade de Medicina de Botucatu (UNESP) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (RS).
Além disso, a CNRM decidiu criar, no próximo ano,com participação da SBP, a Câmara Técnica de Saúde da Criança e do Adolescente, que avaliará as novas adesões. Ao mesmo tempo, a Sociedade segue realizando reuniões como a do Rio de Janeiro; bem como encontros de preceptores, como o que ocorreu em agosto, em Recife, com os da região Nordeste, com objetivo de discutir a implantação do novo currículo. Dentre as vantagens do novo programa, dra. Sandra ressaltou que serão facilitados os estágios de residentes em outros países. “Com apenas dois anos de residência, estávamos fora do circuito mundial de formação do pediatra. Agora, as possibilidades se ampliam”, disse.
Importante também que, no Congresso de Ensino e Pesquisa marcada para dezembro, em Campinas, será lançado o livro impresso do Novo Currículo Global (SBP e editora Manole), já traduzido para o português e disponível no portal da SBP. Inspirado na iniciativa da Sociedade, o secretário executivo do Global Pediatric Education Consortium (GPEC), Hazen Ham – que esteve no Brasil para o encontro de Recife e para a reunião realizada pela Sociedade com o Ministro da Educação, José Henrique Paim –, vai imprimi-lo também em inglês e espanhol.
Mais abrangente, atualizado, o currículo em implantação aprofunda a puericultura, explicita conteúdos como saúde mental, doenças crônicas, inclui cuidados paliativos, medicina do esporte, violência, aumenta a carga horária de adolescência e neonatologia. Mas, muito além dessas competências, que advêm dos conhecimentos científicos, a nova formação estabelece habilidades de desempenho, atitudes e valores necessários ao exercício profisisonal. A proposta inova também na metodologia, pois aponta, objetivamente, como fazer, porque, onde chegar, em cada item. “É uma verdadeira revolução na educação pediátrica”, resume o dr. Eduardo Vaz.
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