Meio ambiente, tabagismo, a prevenção na infância das doenças de adulto, obesidade, violência contra crianças e adolescentes, abuso sexual, a situação das chamadas “novas famílias”, maternidade, a participação do pai na estrutura emocional dos filhos. Em sua 10ª edição, o Fórum da Academia Brasileira de Pediatria (ABP) tem no programa um painel bem atual das questões mais candentes hoje quando o assunto são “As Transformações da Família e da Sociedade e seu Impacto na Infância e Juventude” – o grande tema do evento. Homenageando o professor da Escola Paulista de Medicina e acadêmico Calil K. Farhat, falecido no ano passado, o evento ocorrerá nos dias 21 e 22 de outubro, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp):
- Fico satisfeito com a escolha. Dr. José Martins foi eleito recentemente para a ABP e levou o Fórum para uma instituição importante, cuja faculdade de medicina já formou muitos colegas que vêm colaborando decisivamente para o desenvolvimento da pediatria – comenta o presidente da Academia, dr. Fernando José de Nóbrega.
- As crianças que nasceram quando realizamos o primeiro Fórum e hoje estão com dez anos, assim como as que eram pequenas e hoje saem da adolescência, vivem em uma sociedade com diversos tipos de famílias e questões diferenciadas. Novas doenças, problemas surgiram. Vamos nos reunir com profissionais que lidam com a infância e a juventude, não apenas na saúde, para avaliar, traçar estratégias – disse o dr. José Dias Rego, presidente do evento, reforçando a apropriada homenagem ao colega Calil, cujo nome está ligado à infectologia e à pediatria preventiva.
Para o acadêmico Júlio Dickstein, a comunicação da pediatria com a população em geral está entre as características mais relevantes do Fórum: “É um canal importante, que a SBP abre cada vez mais, e hoje tratamos de temas que há alguns anos eram impensáveis”. A abrangência e a atualidade da programação, a “sintonia” com a percepção das famílias dos pacientes pediátricos também é destacada pelo dr. Reinaldo Martins.
- Os temas foram escolhidos em decorrência dessa interface com os demais setores e com o público leigo. Queremos chamar atenção para a atuação do pediatra de forma integral, como um dos últimos clínicos gerais, voltado para a criança e o adolescente. Os convidados partilham dessa visão preventista educacional, que caracteriza a pediatria moderna – salienta o dr. José Martins Filho, da Comissão local, informando ainda que, graças ao apoio da Unicamp, o evento poderá ser assistido por videoconferência em todo o Brasil. O endereço é www.forumcasbp.com.br, onde já está disponível o programa completo.
Paternidade, afeto e limites
Destacado para falar sobre o pai e também “cuidado, afeto e limites”, o psicólogo e psicanalista Ivan Capelatto, conversou com SBP Notícias:
Considerando que o pouco tempo é uma realidade, o que pode ser dito para ajudar os pais na relação com os filhos?
- Afeto é uma equação onde o “amor e o medo da perda” se unem para a construção do vínculo sagrado da boa relação entre as pessoas. Limites são os “bons desejos”, que os pais mantém vivos nas relações com seus filhos, onde se definem as fronteiras que isolam o hedonismo perverso, o prazer de providenciar tudo o que as crianças e adolescentes querem, sem medida, e o bom olhar dos bons pais que conseguem perceber as diferenças e o tempo de dizer “o sim e o não”. Afeto e limites são uma relação saudável de “cuidados”, que, mesmo provocando reações tempestuosas, amigdalares, conduzem os filhos a um juízo crítico em relação à sua linha de ação com a vida e com os objetos de desejo que deverão conquistar. Sobre o pouco tempo, os pais devem se questionar como deverão “terceirizar” o período em que estarão ausentes, pois a TV, os jogos virtuais, o computador sem limites e as ruas não têm se mostrado boas babás. Compensar o tempo de ausência com “sims” desmedidos para diminuir a culpa tem sido um grande desastre na educação.
Qual a participação paterna na estrutura emocional dos filhos?
- A figura paterna é o elemento de identidade sexual para os meninos entre quatro anos e meio e 11 anos, e sua presença afetiva é fundamental. Para as meninas, é o que vai fornecer os dados afetivos para a escolha futura do amor heterossexual. Homens que compartilham os cuidados, limites, presença em casa e na escola, irão, sem dúvida, fortalecer a formação do ego, do SELF e das escolhas, tanto sexuais como profissionais de seus filhos.
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