Carta da Sociedade Brasileira de Pediatria aos pais de crianças e adolescentes
Imprima e entregue aos seus pacientes!
Prezadas amigas e amigos,
É nosso dever alertá-los sobre um grave problema que nos afeta a todos, pediatras e famílias que procuram nossos serviços. A garantia de atendimento médico especializado a que nossos filhos têm direito corre sério risco no Brasil. Tanto no serviço público quanto nos planos de saúde, o desrespeito para com o trabalho do pediatra chegou a níveis inaceitáveis. Não dá mais para conviver com tanto absurdo e tamanha irresponsabilidade.
Governos em todos os níveis e os planos de saúde não dão o devido valor ao atendimento médico dos nossos filhos. Só trabalham com a perspectiva do lucro financeiro imediato. Entendem que investir na saúde da infância e da adolescência não é atividade empresarial que compense. Fecham leitos hospitalares de pediatria, pagam salários irrisórios aos pediatras e remuneram as consultas pelos planos de saúde com quantias aviltantes.
As famílias entendem a importância da pediatria. Sabem seu valor. Em 2006, o Datafolha ouviu mães das capitais dos estados. Quase todas, 97%, querem seus filhos atendidos pelo pediatra, não por outro profissional de saúde. Além disso, 70% preferem levá-los ao pediatra para consultas de promoção da saúde, não apenas para tratamento de doenças. O Estatuto da Criança e do Adolescente define esta faixa etária como prioridade para investimento dos recursos orçamentários. Ou seja, a lei determina, as famílias querem, mas os gestores do SUS e os donos das empresas de planos de saúde ignoram e desprezam uma legítima aspiração da sociedade.
Diante desse quadro revoltante, os pediatras começaram a reagir. Não vão mais aceitar as condições de trabalho em que se vêm forçados a exercer a profissão. Estão se mobilizando em todo o território nacional. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) é a entidade que os representa. Seu compromisso social é reconhecido nacionalmente. Pediatras e famílias formam a única força capaz de convencer governos e planos de saúde a reverem o atual quadro de desvalorização da medicina de crianças e adolescentes. Só essa aliança pode reverter o impasse que se anuncia.
Ajudem-nos a vencer a resistência dos planos de saúde. Ajudem-nos a incluir o pediatra nas políticas públicas de saúde e a fazer com que esse direito da criança e do adolescente seja respeitado em todo o País. Busquem informações, manifestem seu apoio. Entendem que investir na saúde da infância e da adolescência não dá lucro Mandem mensagens para [email protected] !
Atenciosamente,
Dioclécio Campos Júnior
Presidente da SBP
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