OMS e Unicef convocam governos a protegerem e promoverem acesso ao aconselhamento em aleitamento materno

Em consonância com tema da Semana Mundial de Aleitamento Materno 2020 “Apoie o aleitamento para um planeta mais saudável”, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) convocaram – em nota pública – os governos do mundo inteiro a protegerem e promoverem o acesso das mulheres ao aconselhamento especializado em aleitamento materno. No Brasil, a iniciativa recebe o apoio da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), que, ao longo do Agosto Dourado, mês da amamentação no Brasil, promove uma série de ações para ampliar a rede de apoio, promoção e proteção à prática do aleitamento materno.

“O aconselhamento é fundamental. E isso envolve não só o trabalho dos pediatras, como também de outros profissionais da área da saúde. É dever de todos nós incentivarmos e aconselharmos as mães sobre os benefícios inegáveis inerentes à amamentação”, frisa o Diretor de Ensino e Pesquisa da SBP, dr. Joel Lamounier.

O documento assinado pelo e o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, e pela diretora executiva do Unicef, Henrietta H. Fore, em consonância com as ações de políticas públicas defendidas pelo Global Breastfeeding Collective, liderado pelo Unicef, pede aos governos empenho em:

  • INVESTIR para disponibilizar aconselhamento de amamentação qualificado para todas as mulheres. Garantir a disponibilidade de aconselhamento especializado para aleitamento materno a cada mulher exigirá maior financiamento para programas de aleitamento materno e melhor monitoramento e implementação de políticas, programas e serviços.
  • TREINAR os profissionais de saúde, incluindo parteiras e enfermeiras, para fornecer aconselhamento de amamentação qualificado para mães e famílias.
  • CERTIFICAR-SE de que o aconselhamento seja disponibilizado como parte de serviços de rotina de saúde e nutrição que são facilmente acessíveis.
  • COLABORAR com a sociedade civil e associações profissionais de saúde, construindo fortes sistemas colaborativos para a prestação de aconselhamento adequado.
  • PROTEGER os profissionais de saúde da influência da indústria de alimentos para bebês.

O texto ressalta ainda que a amamentação proporciona a cada criança o melhor começo possível na vida. “Proporciona benefícios saudáveis, nutricionais e emocionais para crianças e mães. E faz parte de um sistema alimentar sustentável. Mas enquanto a amamentação é um processo natural, nem sempre é fácil. As mães precisam de apoio – tanto para começar quanto para sustentar a amamentação”, diz trecho da mensagem.

Segundo a nota, os serviços de aconselhamento qualificados podem garantir que mães e famílias recebam esse apoio, juntamente com as informações, os conselhos e a garantia de que precisam para nutrir seus bebês de forma ideal. O texto destaca também que o aconselhamento de amamentação pode ajudar as mães a construir confiança, respeitando suas circunstâncias e escolhas individuais; e pode ainda capacitar as mulheres a superar desafios e prevenir práticas de alimentação e cuidado que possam interferir no aleitamento materno ideal.

“Melhorar o acesso ao aconselhamento qualificado para o aleitamento materno pode prolongar a duração do aleitamento materno e promover o aleitamento materno exclusivo, com benefícios para bebês, famílias e economias. De fato, a análise indica que o aumento das taxas de aleitamento materno exclusivo poderia salvar a vida de 820 mil crianças a cada ano, gerando US$ 302 bilhões em renda adicional”, ressalta o documento.

Para as organizações, durante a pandemia de Covid- 19 é ainda mais importante encontrar soluções inovadoras para garantir que o acesso a esses serviços essenciais não seja interrompido e que as famílias continuem recebendo o aconselhamento de amamentação de que precisam.

“Juntos, através de compromisso, ação concertada e colaboração, podemos garantir que toda mãe tenha acesso a aconselhamento especializado em amamentação, capacitando-a a dar ao seu bebê o melhor começo possível na vida”, finaliza a mensagem conjunta.