A Casa de Saúde São José, centro médico de referência do Rio de Janeiro (RJ), está promovendo um novo curso destinado a pais de recém-nascidos com risco de sufocamento. O objetivo é fornecer treinamento em manobras de ressuscitação para que, em casos de asfixia, os pais estejam qualificados a executar os procedimentos padrão de salvamento.

A iniciativa foi idealizada pelo dr. Luis Eduardo Miranda Vaz, vice-presidente da Academia Brasileira de Pediatria (ABP) e diretor médico da UTI Neonatal do Hospital, em parceria com a dra. Christina Lins, supervisora clínica da mesma UTI. A ideia surgiu após o falecimento de uma criança, há cerca de cinco meses, na Barra da Tijuca (RJ). O caso teve ampla repercussão na mídia e gerou diversos debates na sociedade civil.

“Nossa intenção é orientar os pais sobre o de risco real de asfixia, para evitar que outros acidentes fatais ocorram. Um evento desses, com potencial trágico, tem grandes chances de ser evitado, visto que os procedimentos para interromper uma crise de sufocamento, seja por engasgo com secreções ou alimentos, são relativamente simples”, afirmou o dr. Eduardo Miranda.

Durante o curso, os pais são instruídos a reconhecer os diferentes sinais apresentados pela criança durante uma crise de sufocamento, além de aprender sobre as principais intercorrências que podem ocorrer em casa. Com o auxílio de um manequim, é exemplificado de forma prática e objetiva o passo a passo das providências necessárias para o salvamento da criança. Uma pequena apostila com informações gerais é entregue ao pais e há ainda uma sessão de perguntas.

Ao todo, a aula é aplicada em cerca de 50 minutos. O curso foi incorporado pela direção do Hospital como procedimento padrão a ser empregado sempre que um paciente com possível risco de sufocamento, na maioria das vezes egresso da UTI Neonatal, for encaminhado para casa. “Recentemente, o primeiro casal treinado por nós conseguiu realizar as manobras de ressuscitação e salvar o filho durante uma crise de asfixia. Verificar que a multiplicação desse conhecimento contribui efetivamente para salvar vidas é nossa maior satisfação”, conclui o dr. Eduardo Miranda.