Parceria entre SBP e Sociedades Internacional e Latino-americana de Nefrologia Pediátrica permitirá interação em estudos conjuntos e em ações voltadas para a educação continuada


Com o objetivo de atualizar os nefrologistas pediátricos acerca de novos estudos e de ações voltadas à especialidade, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) oficializou a parceria com a Sociedade Internacional de Nefrologia Pediátrica (IPNA, na sigla em inglês) e a Associação Latino-americana de Nefrologia Pediátrica (Alanepe). A aliança permitirá aos especialistas brasileiros participarem de estudos multicêntricos internacionais.

“Com a parceria entre as três entidades, os nefrologistas pediátricos brasileiros receberão informações em breve sobre os novos estudos da área, que ainda estão em fase de elaboração. Estaremos convidando os especialistas a fazerem parte de pesquisas sobre assuntos como a síndrome nefrótica na infância, a lesão renal aguda pediátrica e neonatal, e a terapia de substituição renal”, adianta a dra. Nilzete Bresolin, presidente do Departamento Científico de Nefrologia da SBP e conselheira da IPNA e da Alanepe.

A união entre os nefrologistas pediátricos brasileiros e as duas instituições internacionais já permitiu, por exemplo, que fossem feitos trabalhos acerca da urolitíase pediátrica e do transplante renal na infância, segundo explica a dra. Nilzete. O estudo sobre a urolitíase tem rendido publicações em congressos e em revistas importantes da área e recentemente foi aceito pelo Jornal de Pediatria (JPED), da SBP, tendo sua divulgação prevista para 2020.

TRABALHOS MULTICÊNTRICOS – Um estudo multicêntrico envolve dados de vários locais sobre um determinado tema, possuindo um protocolo acerca dos dados epidemiológicos, clínicos e de conduta. A análise dessas informações é feita por um período determinado e durante alguns anos.

Para a presidente do DC de Nefrologia, outro ponto que deve ser ressaltado é a importância da maior atualização dos especialistas sobre as doenças nefrológicas pediátricas que essa parceria e esses estudos permitirão.

“Quando há uma atualização, ocorre uma facilitação no diagnóstico clínico, na investigação, na conduta e, por conseguinte, há a prevenção de dano renal na infância. Quando há um diagnóstico precoce, evita-se, na maioria das vezes, uma evolução para uma disfunção renal crônica, que vai acabar se manifestando muitas vezes na vida adulta”, disse.

Segundo a especialista, esses estudos ajudarão ainda na prevenção e cuidados das crianças, o que, consequentemente, resultará em menor dano renal àqueles que tenham doenças renais ligadas a pontos do aparelho urinário.

TEACHING COURSE – A IPNA, em parceria com a SBP, realizou em março de 2018, em Belém (PA), o Teaching Course, iniciativa que promoveu a atualização científica dos pediatras na área da Nefrologia. Na ocasião, os maiores especialistas do País se reuniram para debater métodos de tratamento e diagnóstico baseados nas mais recentes pesquisas médicas.

Na oportunidade, foram apresentados temas como “Doenças Raras em Nefrologia”; “Epidemiologia Mundial”; “Síndrome Hemolítico Urêmica”; “Nefroses e Nefrites”; “Emergências na Terapia Intensiva”; “Prevenção da doença renal crônica pediátrica”; “Taxa de Filtração Glomerular em crianças”; “Transplante Renal”; “Hipertensão Arterial – Como Diagnosticar? ”;  “Terapia de Substituição Renal em Lesão Aguda”; entre outros.

Além dos membros do DC de Nefrologia da SBP, a atividade de ensino capitaneada pela IPNA contou com a participação de especialistas da Sociedade Paraense de Pediatria (SOPAPE), da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) e da Associação de Medicina Intensiva do Pará (AMIPA). Realizado regularmente em diversos países do mundo, no Brasil o Teaching Course já havia ocorrido nas cidades de Caxias do Sul (RS), em 2017, e em São Paulo (SP), em 2016.