Pediatra, participe da consulta pública sobre uso de dispositivos digitais por crianças e adolescentes

O Governo Federal lançou nesta semana, em que se comemora o Dia da Criança (12 de outubro), uma consulta pública voltada à sociedade em geral sobre o uso consciente de telas e dispositivos digitais por crianças e adolescentes. As contribuições podem ser enviadas até o dia 23 de novembro. Até o momento, não há orientação governamental específica para essa temática no Brasil. Desse modo, a ideia é que os subsídios coletados sirvam de diretrizes para a elaboração de um guia oficial para o uso consciente dessas mídias.

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A última pesquisa TIC Kids Online, do Comitê Gestor da Internet no Brasil, mostra que, em 2022, 92% da população com idade entre nove e 17 anos eram usuários de internet, sendo o celular o dispositivo mais usado por crianças e adolescentes. O objetivo da consulta pública é realizar um diagnóstico, em parceria com famílias, educadores e outros profissionais que lidam com o público pediátrico, para auxiliar a sociedade como um todo a enfrentar a nova realidade do uso intensivo de telas.

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda que crianças menores de dois anos de idade não devem ser expostas a telas, enquanto crianças entre dois e cinco anos devem ter o tempo de tela limitado a, no máximo, uma hora por dia. Já crianças entre seis e 10 anos devem utilizar telas por uma a duas horas diárias, e crianças maiores e adolescentes, entre 11 e 18 anos, não devem ultrapassar o tempo limite de três horas de tela por dia, incluindo o uso de videogames.

Segundo a coordenadora do Grupo de Trabalho sobre Saúde na Era Digital da SBP, dra. Evelyn Eisenstein, a participação dos pediatras nesse pleito é indispensável. “A SBP, ao longo dos últimos anos, também vem marcando posição na defesa das crianças e dos adolescentes no que se refere ao mundo digital. São inúmeros os riscos associados ao uso inadequado dessas mídias: cyberbullying, violência sexual, atrasos no desenvolvimento, distúrbios de comportamento, problemas de sono e visão, entre vários outros. É um tema vital para a saúde pediátrica no século XXI.  Todos os que trabalham em prol de uma infância e adolescência plena precisam participar”, conclama.