Atenta aos efeitos do isolamento social no corpo de crianças e adolescentes, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) divulgou nesta semana recomendações para orientar a prática de atividades físicas no mundo pós-quarentena. Na publicação, a entidade destaca a necessidade de escolas, pais e cuidadores elaborarem um plano consistente de retorno aos exercícios, uma vez que eles são fundamentais para a manutenção da saúde a curto e longo prazo.
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De acordo com o coordenador do Grupo de Trabalho sobre Atividade Física da SBP, dr. Ricardo do Rego Barros, crianças e adolescentes devem ter a possibilidade de praticar esportes e movimentar o corpo durante e depois da quarentena. No entanto, conforme salienta o especialista, atividades feitas de forma desregulada, após longo período de sedentarismo, podem desencadear efeitos agudos negativos sobre o organismo.
“A duração e a intensidade do exercício devem ser observadas, pois a atividade física tem efeitos relevantes sobre o sistema imunológico, inclusive com ação anti-inflamatória, fato especialmente importante nessa pandemia de COVID-19. Na prática, isso significa que exercícios moderados aumentam as defesas do organismo, ao passo que exercícios muito intensos podem causar imunossupressão. Estudos já demonstram que as infecções do trato respiratório superior podem aumentar em até seis vezes naqueles que realizam atividades muito intensas, quando comparados com indivíduos sedentários”, explica.
PLANO DE RETORNO – Na avaliação da SBP, o mundo tem observado duas pandemias: da COVID-19; e da diminuição considerável da prática de atividades físicas, sendo que o aumento do comportamento sedentário também tem sido impulsionado pelo uso cada vez mais frequente das tecnologias digitais.
“Idealmente, crianças e adolescentes deveriam acumular 60 minutos por dia de atividade física, de moderada a vigorosa. No entanto, muitas crianças passam o dia em frente à tela do celular ou computador. Nesse período de isolamento domiciliar, uma saída são as brincadeiras que podem ser realizadas em casa, de forma lúdica, como bambolê, cabra cega, amarelinha, pular corda, caminhar sobre corda no chão e tantas outras”, diz o dr. Ricardo do Rego Barros.
Segundo aponta a SBP, o espaço doméstico dos lares brasileiros, muitas vezes extremamente limitado, também pode apresentar-se como um fator restritivo, condicionando o corpo a um estado de sedentarismo.
Diante desse contexto e da possibilidade de flexibilização das medidas de isolamento social presentes atualmente debatidas na agenda política do País, a SBP disponibilizou as seguintes orientações, baseadas em evidências recentes da literatura médica:
PARA ESCOLAS
PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA
PAIS E CUIDADORES
Confira todas as orientações da SBP a respeito da COVID-19 em https://www.sbp.com.br/especiais/covid-19/
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