O Governo deve garantir assistência médica suficiente a todos os indivíduos com manifestações clínicas agudas (neurológicas, respiratórias, cutâneas ou de outra ordem) decorrentes da exposição ao petróleo derramado no litoral brasileiro. Além disso, deve promover o cadastramento de todos os voluntários e os moradores dessas regiões para um posterior seguimento dessa população a longo prazo, com vistas a identificar manifestações agudas e a oferta de suporte. Essas são duas das recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) ao Governo, que foram divulgadas nesta quinta-feira (30), numa nota à população e aos gestores.
CLIQUE AQUI PARA ACESSAR A NOTA.
“Trata-se de um grave desastre ambiental. As autoridades não podem considerar um fato isolado ou ignorar consequências que podem surgir com o tempo. Por isso, além de cuidados médicos imediatos, é necessário acompanhar os grupos atingidos para verificar como sua saúde se comporta ao longo dos anos”, ressaltou a presidente da SBP, dra Luciana Rodrigues Silva.
PESQUISA - A SBP defende ainda que, com o apoio das universidades e grupos de pesquisa, seja iniciado um programa de monitoramento das populações expostas, com ênfase nas crianças, com a definição por parte dos pesquisadores de marcadores biológicos apropriados a cada agente ou grupo de agentes químicos de interesse, entre os componentes do óleo cru encontrado.
No texto, produzido com contribuições de três Departamentos Científicos da entidade (Alergia, Dermatologia e Toxicologia e Saúde Ambiental), os pediatras apontam uma série de medidas de prevenção e de cuidados para serem adotadas pelos moradores e voluntários que atuam nas áreas atingidas pelo derramamento.
Os especialistas são enfáticos: nenhuma criança ou adolescente deve ser liberada para banho nas áreas atingidas pelo derramamento de óleo. Além disso, a população dessas faixas etárias não deve fazer parte das equipes de voluntários que atuam na limpeza dos locais afetados. A mesma orientação vale para gestantes, em qualquer período da gravidez.
MANCHAS - O documento também afirma que o banho de mar nestas áreas só deverá ser liberado por orientação das autoridades navais e sanitárias, após certificação de inexistência de novas fontes de contaminação (manchas de óleo ou presença de óleo no sedimento marinho, arrecifes e manguezais) em cada local.
Da mesma forma, o consumo de peixes e moluscos bivalves (mariscos) oriundos das regiões atingidas deve ser evitado. “As autoridades competentes devem realizar análises em amostras colhidas nos diversos locais afetados até que a definição de ausência de risco para o consumo humano”, cita o texto.
Com respeito aos cuidados oferecidos aos que tiveram contato com o óleo, a SBP alerta que a substância deve ser removida da pele com ajuda de papel higiênico ou guardanapo de papel molhado em óleo de cozinha, lanolina ou glicerina. A seguir, a área afetada deve ser lavada com água e sabão/sabonete.
“Nunca devem ser usados solventes (querosene, gasolina, álcool, acetona, thinner, etc.) para remoção, pois esses produtos podem ser absorvidos e causar lesões na pele. Além disso, por serem compostos voláteis, podem piorar o quadro respiratório se houver contato inalado do petróleo cru”, ressalta a nota que aponta ainda que o risco de dano à pele diretamente proporcional ao tempo de exposição e quantidade da substância.
PED CAST SBP | "Neuroblastoma"
11/11/2024 , 16:20Pediatras promovem live sobre vacinação no adolescente
07/11/2024 , 13:21GT Pediatria Internacional dos Países de Língua Portuguesa realiz...
06/11/2024 , 16:17PRN-SBP capacita mais de 350 profissionais de saúde de Alagoas e ...
06/11/2024 , 16:16PED CAST SBP: "Os cuidados com o bebê prematuro"
04/11/2024 , 18:41SBP lança Diretriz para avaliação e tratamento de dores comuns em...
04/11/2024 , 17:19