O vômito, a dor abdominal não identificada e a tosse são queixas que chegam ao consultório do pediatra todos os dias. Pensando nisso, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) preparou um painel especial acerca dessas temáticas durante o 3º Congresso Brasileiro de Urgência e Emergência Pediátrica – ocorrido no Rio de Janeiro, entre os dias 24 e 26 de novembro.
No comando da mesa estava a dra. Elizabeth Alt Parente. As aulas ficaram por conta das dras. Kátia Telles Nogueira (presidente do Congresso); Cássia Freire Vaz (secretária do Departamento de Gastroenterologia da Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro) e Roberta Paranhos Fragoso (presidente da Sociedade Espiritossantense de Pediatria).
TOSSE – O primeiro tópico apresentado foi sobre tosse, apresentado pela dra. Kátia Nogueira. Durante vinte minutos, a especialista trouxe os principais motivos que levam os pais a terem preocupação com a tosse, o que um emergencista deve investigar e como ele deve acolher a família.
“Um ponto muito importante quando uma família chega com uma queixa de tosse é o acolhimento. Sabemos que esse quadro causa preocupação nos pais e remete a doenças como tuberculose e pneumonia, além de provocar alterações na rotina, especialmente se houver tosse à noite. Portanto, é muito importante fazer uma anamnese detalhada e entender de onde pode estar vindo esse quadro”, explicitou.
Dra. Kátia também relatou como é importante entender se pode estar ocorrendo um tabagismo passivo; há quanto tempo está havendo esse quadro de tosse; se ela é aguda ou crônica; se tem alguma relação com refluxo gastresofágico; se pode ser asma ou rinossinusite. Na oportunidade, ela também enfatizou que é preciso “tratar a causa e prevenir, realizar a hidratação e sempre lembrar de checar a caderneta de vacinação”.
A especialista destacou, ainda, a tosse no adolescente decorrente do uso de cigarros eletrônicos e seus riscos à saúde. A médica salientou que esse cenário representa, hoje, uma grande preocupação da comunidade científica.
VÔMITO – O segundo assunto trazido na mesa foi “Vômitos em emergência”, com palestra ministrada pela dra. Cássia Freire Vaz. Durante a palestra, a especialista enfatizou que é necessário entender se está ocorrendo um quadro de náusea, refluxo ou vômito mesmo.
“Fazer uma anamnese completa e detalhada é muito importante para entender o quadro e para podermos encaminhar a criança de forma correta e para o profissional adequado. No diagnóstico diferencial, devemos identificar se é um quadro agudo, crônico ou cíclico, por exemplo”, destacou.
A pediatra ainda falou sobre as dificuldades e desafios ao diagnosticar esses quadros porque, em virtude da pandemia, houve bastante perda de seguimento nas consultas de puericultura. Além disso, enfatizou que é necessário estar atento a sinais de alerta e sempre pensar por faixa etária.
“Cada idade vai ter causas mais específicas do vômito e sabemos que é um quadro que traz muita ansiedade para os pais. Por isso, o mais importante é ter informações solidificadas e manejar as expectativas dos pais. O objetivo é o controle do vômito e a melhora na qualidade de vida do paciente e sua família”, declarou.
DOR ABDOMlNAL – Por fim, foi a vez da dra. Roberta Paranhos abordou a “Dor abdominal inespecífica na emergência”. Entre os tópicos trazidos pela especialista estiveram os diagnósticos diferenciais; as desordens da interação cérebro intestino; a constipação funcional; a adenite mesentérica; a ingestão acidental de corpo estranho; dor abdominal funcional; os sinais de alarme na dor abdominal para causas orgânicas; os testes laboratoriais que podem ser solicitados.
“Casos de dor abdominal inespecífica são extremamente comuns nas emergências e sua variedade e inespecificidade representam um desafio para o diagnóstico. É importante que o médico permaneça vigilante e não tenha impulso para um diagnóstico precoce porque pode ameaçar a identificação da verdadeira causa da dor”, enfatizou.
Na ocasião, a especialista ainda enfatizou questões relacionadas às causas variarem de acordo com a idade; a importância de compreender a história detalhada da doença e de observar como a criança e os pais se comportam com esse quadro. “A história clínica e o exame físico são base para o diagnóstico. Além disso, durante o processo é muito importante o apoio de uma equipe multiprofissional e entender o modelo biopsicossocial”, conclui.
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