Um novo plano de ação para elevação da cobertura de todas as vacinas incluídas no Calendário Nacional de Vacinação será colocado em prática pelo Ministério da Saúde ainda neste ano. A preocupação da pasta é com o ressurgimento de novos casos de sarampo no Brasil. Foram convidadas para a reunião estratégica as Sociedades Brasileiras de Pediatria (SBP), de Imunizações (SBIm), de Infectologia (SBI) e de Reumatologia (SBR), bem como a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Os representantes das instituições apresentaram sugestões sobre o que cada uma delas está fazendo ou como podem contribuir para aumentar a cobertura vacinal. Pela SBP, dr. Renato Kfouri, presidente do Departamento Científico de Imunizações, explanou as ações que a entidade tem feito a fim de conscientizar os pais e a população em geral sobre a importância do pediatra como fonte confiável de informações e como formador de opinião.
“Toda criança tem direito a um pediatra. Este é o especialista mais bem preparado para levar aos pais e à população em geral dados sobre a importância da vacinação. Não podemos deixar nossas crianças desprotegidas, pois as doenças podem ressurgir, como o sarampo voltou novamente ao nosso País”, destacou.
Segundo ele, para que o Programa Nacional de Imunizações (PNI) continue obtendo êxito, o Ministério da Saúde precisa evitar o desabastecimento de vacinas, flexibilizar os horários de atendimento das salas de vacinação e promover capacitação contínua dos profissionais de saúde que atuam em imunizações. “É preciso ainda estreitar parcerias com o Ministério da Educação para que as escolas possam exigir comprovação vacinal no ato do ingresso e rematrícula dos alunos e promover ações de vacinação nas instituições de ensino”, observou.
Dr. Kfouri defendeu ainda que o Ministério da Saúde produza informes à população sobre os benefícios e o valor das vacinas na vida das crianças e uma ação eficaz de combate às fake news e grupos antivacinas. “É necessário ainda reavaliar a inserção das imunizações na Estratégia de Saúde da Família de forma a ter uma inserção mais efetiva. Também é importante criar um Comitê Multidisciplinar para estudo de coberturas vacinais e estabelecer parcerias com a sociedade civil por meio de entidades como Rotary Club, Lions Club, Pastoral da Criança e Sociedades Científicas”, exemplificou.
AÇÕES SBP – Durante sua explanação, dr. Kfouri apresentou o que as sociedades médicas, como a SBP, podem executar a fim de dar maior visibilidade à importância da imunização. “Um dos pilares da SBP é a educação continuada dos associados, onde o tema imunização é constantemente colocado em tônica nos congressos. A produção de guias, manuais e notas técnicas produzidas pela instituição em parceria com outras Sociedades como a de Imunizações e Infectologia são amplamente divulgadas aos sócios por meio de newsletters e das redes sociais, ampliando, assim, a disseminação de informações”, salientou.
Uma das principais ações da SBP citadas no encontro, ocorrido em julho, é a parceria com o Unicef em uma campanha de incentivo à vacinação – iniciada em dezembro de 2018 – voltada especialmente aos pais de crianças pequenas e gestores públicos nas esferas estaduais e municipais a respeito da importância indispensável das imunizações, visando melhorar os índices de cobertura vacinal no Brasil. A iniciativa também se estendeu às 27 filiadas da SBP, com material de divulgação sendo compartilhado em suas redes sociais, como o Facebook e o Instagram.
“A criação de parcerias intersetoriais, como a firmada entre a SBP e o Unicef, e o uso das mídias eletrônicas são extremamente importantes para a criação de campanhas de conscientização da população sobre a importância das imunizações e é um modelo que deve ser seguido pelas demais sociedades médicas a fim de trabalhar esse importante tema para a saúde das nossas crianças”, concluiu.
OPAS – As vacinas também foram tema da reunião da Organização Panamericana de Saúde (OPAS/OMS) ocorrida entre os dias 9 e 11 de julho, em Cartagena, na Colômbia. Na oportunidade, dr. Kfouri compareceu ao encontro representando o Grupo Técnico Assessor de Imunizações (TAG).
Globalmente, desde 2010, a cobertura de vacinação com três doses contra difteria, tétano e coqueluche (DTP3) e uma dose contra sarampo estagnou em torno de 86%. Embora alto, o número não é suficiente. É necessária uma cobertura de 95% – em todo o mundo, entre países e comunidades – para proteger contra surtos de doenças evitáveis por imunização.
"As vacinas são uma de nossas ferramentas mais importantes para prevenir surtos e manter o mundo seguro", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. “Enquanto a maioria das crianças hoje está sendo vacinada, muitas são deixadas para trás. Inaceitavelmente, muitas vezes são as pessoas que estão em maior risco – mais pobres, vulneráveis, afetados por conflitos ou forçadas a sair de suas casas – que perdem a vacinação persistentemente”, observou Tedros.
De acordo com o dr. Kfouri, a reunião também abriu espaço para a discussão sobre as vacinas disponíveis em cada País participante da reunião e quais implementações são feitas para que todas as crianças tenham acesso às vacinas de forma a protege-las contra doenças, especialmente com o avanço do sarampo no Brasil e em outros países”, finalizou.
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