Pediatras pedem suspensão das aulas por mais tempo para ajudar na prevenção ao avanço da COVID-19, em Rondônia

Os pediatras cobram do Governo de Rondônia medidas que reforcem a proteção de crianças e adolescentes no Estado, bem como de seus professores e familiares. Para tanto, pede que as aulas das escolas dos sistemas estadual, privado e municipais sejam suspensas por mais, como forma de prevenir o surgimento de novos casos de COVID-19.

O tema foi tratado em nota pública, divulgada nesta quarta-feira (29), pela Sociedade de Pediatria de Rondônia (Sopero) e apoiada pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). As entidades classificam o momento atual como merecedor de cautela na tomada de decisões.

ACESSE AQUI A ÍNTEGRA DA NOTA DA SOPERO COM APOIO DA SBP

Por meio do Decreto n° 24.979, de 26 de abril de 2020, o Governo Estadual autorizou às prefeituras a decisão da retomada das atividades nos estabelecimentos de ensino que estão sob sua responsabilidade, o que chamou a atenção dos especialistas. Na terça-feira (28), o presidente da Sopero, dr. José Roberto Vasques, pediu ao Ministério Público Estadual que a autorização aos municípios fosse revogada.

“Essa situação é preocupante, pois, atualmente, percebe-se o aumento do número de casos de COVID-19 no Estado, sendo que o ambiente escolar, pelo fluxo de pessoas que lhe é inerente, favorece a possibilidade de contaminação, que pode atingir não apenas alunos e seus professores, muitos deles integrantes de grupos de risco (com mais de 60 anos e portadores de comorbidades), bem como seus familiares”, argumentam a Sopero e a SBP.

Para a presidente da SBP, dra Luciana Rodrigues Silva, o avanço da COVID-19 não pode ser subestimado. “Apesar dos dados excluírem crianças e adolescentes dos grupos de maior risco, há casos de internação e de mortes envolvendo essas faixas. Além disso, eles podem, involuntariamente, ser transmissores assintomáticos do coronavírus, atingindo professores e parentes”, citou, ao lembrar que, tradicionalmente, escolas são pontos de convergência na vida comunitária, sobretudo nas pequenas cidades, tornando-as potenciais focos de contaminação.

Para a Sopero e a SBP, no momento, as medidas de restrição de contato social devem continuar a ser estimuladas, bem como o estímulo às ações de higienização, como a lavagem frequente das mãos ou o uso do álcool 70% para desinfecção das mãos e de superfícies. Até o momento, essas medidas são as únicas cientificamente reconhecidas como capazes de prevenir o avanço da COVID-19, lembram os pediatras.