Pediatras reforçam importância do diálogo para o desenvolvimento saudável da adolescência

Sexualidade, futuro profissional, identidade, saúde mental, relacionamentos. Esses são alguns dos muitos temas e desafios que compõem a rotina do adolescente, e a orientação do pediatra pode contribuir muito durante essa fase. No Dia Nacional do Adolescente, celebrado em 21 de setembro, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) reforçou como a atuação dos pediatras fortalece a promoção do desenvolvimento saudável dos jovens, e como o diálogo é a peça-chave desse processo.

Durante a celebração da data – feita através da publicação de cards em suas redes sociais e envio de e-mail marketing aos associados –, a entidade pontuou o respeito, escuta, acolhimento e troca como fatores que contribuem para o fortalecimento da relação entre os pediatras, adolescentes e famílias. A presidente do Departamento Científico de Adolescência da SBP, dra. Alda Elizabeth, destaca que a autonomia do adolescente é fundamental para a construção desse vínculo e, também, para o desenvolvimento da autoestima, como base principal no processo de amadurecimento e rotina saudável.

“É importante investir na educação do adolescente, para estimular o envolvimento e adesão ao tratamento. Assim, torna-se importante que o paciente considere o médico como um aliado. Atender adolescentes demanda postura ética e conhecimento frente a situações de comportamentos específicos que também envolvem as famílias. É preciso identificar fatores de risco e protetores, no sentido de oferecer promoção e prevenção adequadas à saúde”, completa. 

A especialista explica que, para o paciente ver o pediatra como um aliado, é necessário empatia e confiança.  Ela destaca que o médico deve observar, durante o atendimento, vários quesitos que influenciam na saúde e qualidade de vida do adolescente, como: hábitos alimentares, comportamentais e sexuais; e os relacionamentos com a família, escola e amigos. Nesse contexto, é preciso que o jovem se sinta à vontade para expor os problemas e as dúvidas que o afligem.

Criar um ambiente confortável para que o adolescente consiga se expressar é um dos desafios do atendimento. Por essa razão, dra. Alda complementa que o pediatra – profissional responsável pelos cuidados na transição da infância para a adolescência e vida adulta – deve observar não só as queixas visíveis, mas também perceber questões não mencionadas durante as consultas. A especialista destaca que essa conduta permitirá minimizar tanto os agravos biológicos como os emocionais da população adolescente.

Segundo a presidente do DC de Adolescência, o pediatra e as famílias devem se atentar e orientar determinados aspectos que são presentes na vida do jovem, como: crescimento e desenvolvimento, saúde sexual e reprodutiva, vacinação, esporte e lazer, projeto de vida, mundo digital, aspectos nutricionais, sono, escolaridade, saúde mental, entre outros. 

“No momento da consulta, o profissional vai ao encontro das problemáticas, dos anseios e frustrações do adolescente, sendo altamente recomendável evitar julgamentos de valores para que se estabeleça uma relação de confiança, o que não impede de realizar as intervenções pertinentes. O pediatra deve atuar enquanto mediador, apaziguando conflitos e dirigindo-se ao paciente de forma empática, assertiva e sincera, para esclarecer dúvidas e orientar, estendendo suas ações aos familiares”, conclui.